São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008

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VISTO DE CURTO PRAZO

Tempo de expatriado diminui junto com problemas e custos

Maioria das empresas acha as transferências caras

Marcelo Justo/Folha Imagem
O equatoriano Gustavo Díaz, gerente de negócios da Basf, fixou-se em São Paulo há cerca de um ano

EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As grandes empresas globais têm vários motivos para enviar cada vez mais funcionários a outros países, como dar início a projetos de expansão ou transferir conhecimentos.
Contudo, grande parte delas -58,6%- considera que os programas de expatriação são muito caros e tem buscado alternativas menos onerosas.
De acordo com uma pesquisa sobre transferências internacionais realizada pela consultoria Mercer e obtida com exclusividade pela Folha, as expatriações de curto prazo se consolidaram como alternativa aos programas tradicionais de longa duração.
"O custo de uma expatriação costuma ser até quatro vezes maior do que o de um funcionário local. Com prazo menor, o processo é menos oneroso", afirma Renata Herrera, 27, consultora da Mercer.
Embora os processos de longa duração tenham apresentado um crescimento maior, sua duração vem diminuindo, segundo o estudo. Também se tornaram mais comuns as transferências de quem atua em um projeto específico.
Foi o caso do equatoriano Gustavo Díaz, 30, gerente de negócios da Basf, que veio ao Brasil há três anos para implementar um projeto que abarca toda a América do Sul. "O Brasil era a base para onde voltava após passar três meses em cada país." Há cerca de um ano, Díaz fixou-se em São Paulo.
"Há ainda processos híbridos, em que a pessoa volta para casa de tempos em tempos. Processos como esses devem substituir os tradicionais", completa Andrea Massoud, 42, da Living Internationally, especializada em expatriações.

Dificuldades recorrentes
Segundo um estudo publicado neste ano pelo National Foreign Trade Council, órgão de comércio exterior dos Estados Unidos, a taxa de rotatividade de funcionários é duas vezes maior no caso dos expatriados.
"Eles necessitam de tempo para se adaptarem às diferenças, mas precisam mostrar resultados enquanto isso ocorre", pondera Mariana Barros, 27, da Differänce, focada em integração cultural de estrangeiros.
As circunstâncias em que a transferência é feita também causam atrito. "Em casos de fusões, as pessoas da empresa anterior vêem o expatriado como símbolo das mudanças", diz Carmen Migueles, 45, professora da Fundação Dom Cabral.
"Após muito tempo em um país, o retorno é outro problema", aponta Ivana Dolejal, professora de gestão de pessoas na Universidade de Passo Fundo.


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