|
Próximo Texto | Índice
PÓS-TRABALHO
Governo estimula oferta de mestrado profissional no país
Modalidade responde por 9,5% dos cursos; intenção é aproximar academia e mercado
Karime Xavier/Folha Imagem
|
|
O matemático Daniel Evangelista Régis, que trocou mestrado acadêmico pelo profissional
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
O mestrado profissional tornou-se política de governo. O
MEC (Ministério da Educação)
começa a incentivar as instituições de ensino superior que
oferecem cursos de especialização a apresentar propostas
para transformá-los em mestrados profissionais.
Para isso, o órgão investiu em
mudanças, previstas na Portaria Normativa nº 7, de junho
deste ano. Agora, não é mais
preciso que o corpo docente seja composto apenas por mestres e doutores. Abre-se oportunidade para que professores
com experiência profissional
na área façam parte do quadro.
Muda também o trabalho de
conclusão de curso. Passam a
valer não só dissertações mas
também projetos técnicos,
desenvolvimento de produtos e
processos, produção artística,
de software e de programas de
mídia e projetos de inovação
tecnológica, entre outros.
"O país precisa qualificar recursos humanos em várias modalidades, e o mestrado profissional é um dos recursos para
isso", esclarece Lívio Amaral,
diretor de avaliação da Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior), reguladora da oferta
desses cursos.
Foram recomendados pela
Capes 2.823 mestrados -269,
ou 9,5%, são profissionais. Os
demais são acadêmicos.
A ideia é que as alterações
permitam que a modalidade
decole, com a criação de cursos.
Além disso, estão previstos editais de incentivo à abertura de
mestrados profissionais.
O primeiro, lançado em outubro, foca a área de saúde.
Amaral explica que não há
um número ideal de mestrados
profissionais a serem atingidos
com a mudança. No entanto,
ressalta que algumas áreas
estão sendo mapeadas para que
haja aumento de oferta.
Conexão
O diretor acadêmico de pós-graduação stricto sensu do Insper, Rinaldo Artes, elogia a medida. A não exigência de dissertação abre um leque maior de
oportunidades e atende à
demanda dos profissionais.
"Haverá maior ligação entre
o mundo do saber e o do fazer",
diz o coordenador do mestrado
profissional em metrologia do
Inmetro, Carlos Azevedo.
Para o coordenador do mestrado profissional do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Mario Miyake, a medida
acena para que boas pós-graduações lato sensu se tornem
mestrados profissionais. Mas
a não exigência de dissertação
podem fazer com que o curso
seja visto como um "mestrado
de segunda categoria", diz.
"É preciso encontrar formas
de avaliação [dos programas
pela Capes] que mostrem que
não se trata de um curso menos
exigente [que o acadêmico]".
Próximo Texto: Aprovação de cursos sobe no país Índice
|