São Paulo, domingo, 14 de fevereiro de 2010

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EM ALTA

Salários aumentam 6,9%, em média, indica Datafolha

Em 2009, indústria liderou reajustes, com alta de 8%, seguida por serviços

Brito Jr./Folha Imagem
FLUTUAÇÃO
Variações cambiais e mapeamento de novos mercados foram o foco do assistente de importação da Marcomar Rodrigo Groff, 22; o cargo teve a maior alta entre assessores e assistentes


RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano passado, ameaçado por contenção de gastos após a crise econômica iniciada em 2008, não prometia em termos salariais. Mas o reflexo nos holerites não foi negativo: eles registraram aumento de, em média, 6,9%, segundo a pesquisa Bolsa de Salários, do Datafolha.
Apesar de o reajuste ser inferior ao de 2008 (7,15%), o ganho real foi maior. Como a inflação em 2008 foi de 6,16%, segundo o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o ganho real foi de 0,99 ponto percentual.
Em 2009, descontados os 3,65% de inflação, o ganho real foi de 3,25 pontos percentuais.
Parte da explicação está nos dissídios de 2008, aplicados no ano passado. "Foi um dos melhores anos [em termos de reajuste]", diz Marcelo Braga, sócio da consultoria Search.
Para o diretor da consultoria Mesa RBL, Manuel Martins, as centrais sindicais foram hábeis na negociação. "Alguns setores não foram afetados pela crise, e isso foi usado para discutir salários", comenta.
Já o professor da FIA (Fundação Instituto de Administração) Celso Grisi acha que parte do incremento é reflexo da política de estímulo ao consumo interno. Com a queda das exportações, incentivos como aumento de crédito e redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) levaram à criação de novos empregos e à negociação de salários maiores.

Aumento na indústria
A indústria foi o setor que mais se destacou. Com 7,97% de alta, foi seguida pelos setores de serviços, construção civil e comércio.
O diretor do departamento sindical da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) Roberto Della Manna afirma que grandes empresas reajustam salários antes das demais, e a alta pressiona as negociações restantes para cima.
Já o setor de serviços saiu quase ileso da crise. "A demanda tem crescido", diz o presidente da Confederação Nacional de Serviços, Luigi Nese.


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