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EM ALTA
Executivos tiveram reajuste inferior ao de demais níveis
Crise e teto em dissídio estão entre as explicações
DA REPORTAGEM LOCAL
Diretores e gerentes tiveram
aumento real, mas não na mesma proporção de trabalhadores
de outros postos hierárquicos.
Enquanto os profissionais de
ocupações da produção -como
retificador de ferramentaria
oficial e preparador de máquinas- tiveram um ganho de
8,42%, o alto escalão teve de
se contentar com 5,79%.
Ao menos duas razões ajudam a explicar o menor aumento salarial de diretores e gerentes em relação a outras funções.
A primeira é a crise econômica mundial detonada em 2008,
que obrigou empresas a rever
sua estrutura organizacional
nos últimos 18 meses.
As companhias enxugaram o
quadro de gerentes e diretores
para cortar custos. Com a melhora no cenário econômico,
muitos foram recontratados,
mas com salários menores.
"Houve a substituição de
executivos mais caros por outros mais baratos nesse processo", diz o diretor da consultoria
Mesa RBL Manuel Martins.
"A rotatividade foi grande
entre diretores e gerentes",
complementa Guilherme Dietze, economista da Fecomercio
(Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo).
O segundo motivo, lembra
Joel Garbi, diretor-associado
da consultoria Boyden do Brasil, está ligado ao dissídio coletivo. É comum que acordos
contemplem reajustes integrais a trabalhadores que recebem até um determinado valor.
A partir dele, o aumento é fixo.
Foi o caso, em 2009, dos trabalhadores do setor de metalurgia de São Paulo e Osasco.
O reajuste obtido naquele ano
para boa parte dos grupos de
atividade foi de 6,53%. Mas
nem todos receberam o percentual integralmente.
Em algumas categorias, havia um teto. Ou seja, quem pertencia ao grupo três, de autopeças, e tinha salário superior a
R$ 4.555, recebeu uma parcela
fixa de R$ 297,44 de reajuste.
Bônus
O salário fixo, contudo, não é
o rendimento total do executivo. Muitos contam com remuneração variável, como incentivos de curto e longo prazos.
Bônus pelo cumprimento de
metas, opções de compra de
ações e comissões ajudam a
compor a receita do executivo.
Eles, no entanto, também
passam por remodelação.
"Apenas os benefícios e o salário se mantêm", afirma Martins, da Mesa RBL.
Segundo ele, a opção de compra de ações tem sido oferecida
somente quando a empresa
quer fidelizar o profissional.
Já os bônus têm deixado de
ser ofertados como recompensa de metas individuais e passado a estar vinculados ao resultado positivo da companhia.
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