São Paulo, domingo, 14 de junho de 2009

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ENTREVISTA

DEEPAK CHOPRA

Bom líder deve identificar potencialidades do time

"Os negócios devem melhorar a qualidade de vida e tornar o mundo menos especulativo"

O líder deve ajudar as pessoas que ele conduz a descobrir potenciais e transformar os negócios em uma maneira de ser útil para a sociedade, afirma o médico indiano e orador motivacional Deepak Chopra, que vem ao Brasil para participar do congresso A Alma da Liderança, que será realizado na próxima quarta-feira em São Paulo. Ele falará para um grupo de 350 executivos sobre liderança e espiritualidade. Leia trechos da entrevista concedida à Folha por telefone. (PAULA NUNES)

 

FOLHA - Existe alguma diferença na maneira como as pessoas fazem negócios de acordo com sua origem geográfica ou o conceito de globalização uniformizou essas práticas?
DEEPAK CHOPRA
- A economia passou a ser única, mas alguns se destacam mais do que outros. O Brasil recebeu bastante atenção e afeto por causa da economia e em razão da forma como o seu presidente tem liderado o país. Começou uma certa fascinação pelo Brasil. Mas a economia é, cada vez mais, globalizada.

FOLHA - Como o sr. descreve um líder? O que a pessoa precisa fazer para transformar-se em um líder de destaque?
CHOPRA
- O bom líder deve acreditar no seu próprio potencial e ajudar as pessoas que ele lidera a descobrir seus potenciais também. Deve ainda conseguir identificar as potencialidades da comunidade que o cerca e transformar os negócios em uma maneira de ser útil para a sociedade. Vou falar [no seminário] sobre o futuro da liderança, em como se aplica inteligência espiritual nos negócios.

FOLHA - O que é necessário para que um líder seja bem-sucedido em situações competitivas?
CHOPRA
- Não penso que o mundo ainda seja competitivo. Acredito em como se organizam a imaginação e a criatividade coletiva de seus funcionários, investidores, vendedores e clientes.

FOLHA - O sr. virá falar de futuro nos negócios em um momento em que a economia global sofre os impactos de uma grande queda. Isso deverá dar origem a transformações na maneira como as pessoas fazem negócios. Qual é o caminho que o sr. enxerga?
CHOPRA
- Eu acho que os negócios devem ter como foco apontar como desenvolver a qualidade de vida das pessoas e tornar o mundo bem menos especulativo. Nós criamos um mundo de exploração, de danos ecológicos e disparates econômicos. A nova economia deve ser construída sobre um novo sistema energético, com uma nova criatividade, colaborando no desenvolvimento de certas localidades do mundo e ajudando as mulheres e as crianças. Não podemos mais restringir os negócios a lugares isolados.
A mudança deve ser global. Investir em mercados locais, utilizando a comunidade ao redor, também é uma forma de se fazer dinheiro sem especulação.

FOLHA - Serão os líderes das empresas os responsáveis por fomentar essas mudanças?
CHOPRA
- Os líderes são a expressão da consciência coletiva da sociedade e de seus desejos.

FOLHA - Seus livros são, na maioria, escritos em passos. É uma maneira de tornar os conceitos mais simples de entender?
CHOPRA
- Sou originalmente um médico, gosto de dar prescrições e de ser preciso. Utilizo a mesma lógica nos livros.

FOLHA - O sr. está programando alguma surpresa para sua palestra no Brasil?
CHOPRA
- Não tenho nenhuma, para falar a verdade. Pessoas são as mesmas em qualquer lugar, exceto pelo idioma e pelo sotaque.

FOLHA - O sr. modifica alguma coisa nas suas conferências pelo mundo ou as lições são sempre as mesmas?
CHOPRA
- Eu faço mudanças, mas elas dependem das reações que eu recebo da audiência e das questões que ouço da plateia. Elas indicam para onde devo seguir.


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