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Mandarim ainda é visto como idioma para o futuro
Especialistas sugerem só estudar a língua após dominar outros idiomas
Leo Caobelli/Folha Imagem
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O representante comercial Matheus Unikowsky, que fala inglês com fluência e está no segundo semestre do curso de mandarim |
MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Primeiro, com a globalização,
foi o inglês. Depois, com o Mercosul, o espanhol. Seguindo a
tendência de que o aprendizado de um idioma é pautado pelos cenários político e econômico, são poucos os que se arriscam a palpitar algo diferente do
mandarim como língua da vez.
Com a China em ascensão,
muitos profissionais, querendo
se antecipar às novidades, lançaram-se a uma corrida pelo
aprendizado do idioma.
Os resultados desse aprimoramento, no entanto, estão longe de serem vistos. De acordo
com especialistas ouvidos pela
Folha, ainda é precipitado afirmar que o estudo do mandarim
é um diferencial na carreira.
"Quando o Brasil envia uma
missão comercial à China, a negociação é toda em inglês", comenta o presidente da Associação dos Analistas de Comércio
Exterior, Rafael de Sá Marques.
Para Fernanda Campos, sócia-diretora da Mariaca InterSearch, conhecer a cultura do
país deve ser o primeiro passo.
"Não adianta o profissional dominar a língua sem ter habilidade de relacionamento", diz.
Em termos de carreira, o
mandarim só agregará valor ao
currículo se o profissional dominar outros idiomas, segundo
Sofia Esteves, presidente do
grupo DM Recursos Humanos.
"Ainda considero essa língua
uma aposta para o futuro."
Com a maré
Contrariando a avaliação de
especialistas, o representante
comercial Matheus Unikowsky
não esperou o mandarim despontar no mundo corporativo.
Há um ano ele estuda o idioma: "Poucos chineses falam inglês. Como quero exportar para
a China, sei que falar o idioma
pode me abrir portas".
Fluente em cinco idiomas, o
gerente de pesquisa Emerson
Gibin, que hoje mora em Cingapura, também assumiu o desafio de aprender essa língua.
"À medida que a China se fortalece, ela pode exigir que os
outros falem seu idioma", diz.
Mas mesmo quem já adquiriu alguma fluência ainda espera uma chance para usá-la. É o
caso da gerente de marketing
Daniela Coelho, 27, que estuda
a língua há cinco anos: "Nunca
usei o idioma no trabalho".
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