São Paulo, domingo, 14 de outubro de 2007

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Mandarim ainda é visto como idioma para o futuro

Especialistas sugerem só estudar a língua após dominar outros idiomas

Leo Caobelli/Folha Imagem
O representante comercial Matheus Unikowsky, que fala inglês com fluência e está no segundo semestre do curso de mandarim


MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Primeiro, com a globalização, foi o inglês. Depois, com o Mercosul, o espanhol. Seguindo a tendência de que o aprendizado de um idioma é pautado pelos cenários político e econômico, são poucos os que se arriscam a palpitar algo diferente do mandarim como língua da vez.
Com a China em ascensão, muitos profissionais, querendo se antecipar às novidades, lançaram-se a uma corrida pelo aprendizado do idioma.
Os resultados desse aprimoramento, no entanto, estão longe de serem vistos. De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, ainda é precipitado afirmar que o estudo do mandarim é um diferencial na carreira.
"Quando o Brasil envia uma missão comercial à China, a negociação é toda em inglês", comenta o presidente da Associação dos Analistas de Comércio Exterior, Rafael de Sá Marques.
Para Fernanda Campos, sócia-diretora da Mariaca InterSearch, conhecer a cultura do país deve ser o primeiro passo. "Não adianta o profissional dominar a língua sem ter habilidade de relacionamento", diz.
Em termos de carreira, o mandarim só agregará valor ao currículo se o profissional dominar outros idiomas, segundo Sofia Esteves, presidente do grupo DM Recursos Humanos. "Ainda considero essa língua uma aposta para o futuro."

Com a maré
Contrariando a avaliação de especialistas, o representante comercial Matheus Unikowsky não esperou o mandarim despontar no mundo corporativo.
Há um ano ele estuda o idioma: "Poucos chineses falam inglês. Como quero exportar para a China, sei que falar o idioma pode me abrir portas".
Fluente em cinco idiomas, o gerente de pesquisa Emerson Gibin, que hoje mora em Cingapura, também assumiu o desafio de aprender essa língua.
"À medida que a China se fortalece, ela pode exigir que os outros falem seu idioma", diz.
Mas mesmo quem já adquiriu alguma fluência ainda espera uma chance para usá-la. É o caso da gerente de marketing Daniela Coelho, 27, que estuda a língua há cinco anos: "Nunca usei o idioma no trabalho".


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