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INCLUSÃO EM CENA
Só 30% dos reabilitados pela Previdência são reinseridos
Problema é a falta de qualificação e de capacitação, justifica ministério
DA REPORTAGEM LOCAL
Oferecida pela Previdência
Social, a reabilitação de profissionais acidentados que tiveram a capacidade de trabalho
reduzida -com inclusão ou não
na Lei de Cotas- promove a
reinserção no mercado laboral
de apenas 30% dos segurados.
Segundo dados do Ministério
da Previdência Social, em 2008,
60.638 segurados foram inscritos no programa de reabilitação. Contudo, apenas 18.064
retornaram para o mercado.
Não há estatísticas de quantos
acidentes levam à deficiência.
De acordo com Leila Cannalonga, chefe da divisão de Reabilitação Profissional da Previdência, o grande problema desses profissionais é a falta de
qualificação e de capacitação.
"Hoje o mercado exige, no
mínimo, que a pessoa tenha o
ensino médio completo. O que
acontece é que grande parte
dessas pessoas fez apenas o
ensino fundamental ou somente é alfabetizada", afirma.
Aptidão
Cannalonga explica que o
programa de reabilitação deve
ser recomendado por um perito da Previdência que, com um
orientador profissional, atesta
não só a capacidade física do
trabalhador mas também seu
perfil socioprofissional -ou seja, para quais atividades ele está
apto para atuar.
A fim de agilizar o atendimento dessas pessoas, o ministério firmou convênios com
entidades em todo o país.
No Estado de São Paulo, a
parceria é feita com a Avape
(Associação para Valorização e
Promoção de Excepcionais).
Segundo Eliana Victor, diretora da divisão de reabilitação
e inclusão da entidade, 206
pessoas foram atendidas desde
agosto, quando foi fechada a
parceria com o governo.
"Demos a elas cursos como
informática e vendas. Mas não
sabemos quantas conseguiram
obter uma recolocação."
O empacotador Anderson
Antonio dos Santos, 28, que
tem movimentos reduzidos na
perda direita, foi um dos beneficiados pela reabilitação.
Após fazer alguns cursos, ele
conseguiu um emprego em
uma editora, onde conferia revistas. "Na Avape, eu fazia dinâmicas de grupo e eles avaliavam
minha capacidade de trabalho.
Hoje sou empacotador em uma
indústria. Vejo que tem bastante oportunidade, mas como só
tenho o ensino fundamental,
não consegui o melhor posto."
Para driblar essa situação,
em janeiro, Santos pretende fazer um supletivo e ainda sonha
em fazer faculdade de engenharia mecânica.
(MCN)
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