São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Gestão por resultados chega ao funcionalismo

Funcionários são avaliados, e o resultado pode influir no salário e até levar à demissão

Eduardo Anizelli/Folha Imagem
JOSÉ CARLOS ARANTES, 52,
deixou a estabilidade de dois cargos de professor em universidades do Brasil e dos EUA para encarar outros desafios. Hoje, é analista econômico no Banco Central. "No futuro, talvez me afaste durante um período e volte para a atividade privada."


EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A instabilidade do mercado de trabalho, acentuada em tempos de crise, faz com que muitos idealizem um cargo público como um emprego seguro, com menos pressão e aumento de salário garantido.
Mas mudanças implantadas em órgãos de todas as esferas têm diminuído a diferença entre o setor público e o privado.
A avaliação de um funcionário, por exemplo, pode ser determinante para que ele receba aumento salarial e possa ascender na carreira.
Quando o desempenho é ruim, mesmo os funcionários estatutários, que têm estabilidade, podem ser exonerados.
Até a remuneração -geralmente considerada superior no serviço público- está menos distante da média da iniciativa privada. Chega a ser inferior para os profissionais que são mais especializados.
A remuneração oferecida no setor privado para quem tem 15 anos de estudo (ensino superior completo) é mais alta do que no público.
É o que aponta um estudo publicado em agosto do ano passado por Breno Braga, da Universidade de Michigan, Gustavo Gonzaga, da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e Sérgio Firpo, da Escola de Economia de São Paulo da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
"Os rendimentos de quem tem menos qualificação, ao contrário, tendem a ser mais elevados no setor público", complementa Firpo.

Aposentadoria vantajosa
Ao final da carreira é que se notam diferenças. Regras de contribuição e cálculo da aposentadoria de funcionários públicos (chamada de proventos) permitem que recebam, ao se aposentarem, até 100% do valor que ganhavam.
Já os que se aposentam pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) recebem até R$ 3.218,90.
"Quando levamos em conta todos os rendimentos que os profissionais recebem ao longo da vida, incluindo a aposentadoria, a comparação é mais favorável ao setor público, mesmo entre os que são mais qualificados", explica Firpo.
Segundo a pesquisa, profissionais que completaram o ensino médio ganham 31,5% a mais no setor público.
Os quem têm nível superior completo possuem rendimentos 17% superiores no funcionalismo. "Se levar em conta a estabilidade, a comparação será ainda mais favorável ao serviço público", conclui Firpo.
Conheça, nas próximas páginas, as diferenças entre os regimes de contratação no setor público, as regras que definem a remuneração e a aposentadoria e os critérios para a avaliação do desempenho dos profissionais.


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