São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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MULTIPLICAÇÃO DE APRENDIZ

Para jovens, experiência deverá impulsionar carreira

Empresas passam a investir mais em aprendizes visando efetivar time

WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Investir na capacitação da mão-de-obra juvenil foi a maneira que muitas empresas encontraram para otimizar o cumprimento da Lei do Aprendiz -e, de quebra, garantir a imagem de empresa cidadã.
"A gente une o útil ao agradável", diz Carla Zeitune, da Indiana Seguros, empresa em que 30 dos 36 aprendizes formados foram efetivados. "É um investimento com retorno, já que o jovem é preparado para trabalhar [como auxiliar técnico] em quase todas as funções", diz.
Esse é o caso de Flávia Aparecida de Lima, 19, que enfrentou cerca de 160 jovens para conseguir uma das 12 vagas para aprendiz da Indiana. Lima se formou em 2005 e hoje é auditora júnior. "O programa foi um trampolim na minha carreira", diz ela, agora também instrutora de aprendizes na empresa.
Como ela, outras empresas também estão se mobilizando para ampliar a qualidade dos programas. Neste mês, foi a vez da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), em parceria com o MTE, anunciar que 67 instituições financeiras passarão a ter aprendizes.
Até 2008, é prevista a contratação de 4.000 jovens, que poderão seguir o exemplo do escriturário Carlos Eduardo Menghue Bufalo, 17. Aos 15, ele se tornou aprendiz do Bradesco. "Eu também queria seguir carreira na área [como a mãe]. Sabia que seria um diferencial em minha trajetória", explica.

Mais experiência
Vera Marques, superintendente do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), que tem hoje 1.400 firmas parceiras e 5.361 aprendizes, concorda que o programa torna-se chamariz. "Esse jovem chegará ao mercado com dois diferenciais: qualificação e experiência."
Os setores tradicionais têm vagas. Mas há outros, como o de esportes, que também têm despontado nesse leque de ofertas.
O Sindi-Clube, sindicato que congrega 17 entidades desportivas de São Paulo, faz parte dessa lista. O órgão formou 150 aprendizes em dois anos.

Chance para empresas
"As empresas deveriam aliar melhor a chance de formar pessoal à de melhorar a imagem", diz Reginaldo Teixeira Rosa, coordenador do programa. Ele diz que 12 dos 150 jovens já estão efetivados. "Os outros estão aí para o mercado", afirma.
Um dos que tiveram essa sorte é Leandro de Carvalho Barreto, 15, que concluirá o curso em quatro meses. A intenção dele é buscar emprego em academias como rebatedor de bola -profissional que joga com tenista sem parceiro. "Antes do programa, eu passava o dia jogando bola na rua. Hoje tenho um futuro garantido", explica.


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