No 1º semestre, oferta do Ciee, maior intermediário do país, cresceu 13%

Eduardo Anizelli/Folhapress

PLANOS
O estudante de relações públicas Valter Silverio Costa Neto, 21, trocou o estágio remunerado que fazia por outro na Nestlé e diz que as diferenças são muitas, a começar pelo traje social; "Quero ser efetivado"

RAQUEL BOCATO
DE SÃO PAULO

O número de vagas para estagiários está em ascensão.
Um sinal disso é a alta de 13% no número de estágios oferecidos pelo Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) -maior agenciador do segmento no país- no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período de 2009. Novas vagas somam 180 mil contratos de estágio.
A previsão para o segundo semestre é de manutenção do índice, afirma o superintendente de operações do Ciee, Eduardo de Oliveira.
Apesar de expressivo, o volume de estágios não recuperou o patamar pré-crise, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Estágios, Seme Arone Junior.
Segundo estimativas da entidade, o país acumulou um saldo de 1,1 milhão de estagiários nas empresas em 2008. No ano seguinte, 900 mil. "Em 2010, deve fechar em 1 milhão", assinala.
Como as empresas reduziram o quadro de funcionários na crise, analisa, o primeiro passo no reaquecimento foi recontratá-los. Investimentos em treinamento -nos quais os estagiários estão incluídos- foram deixados para segundo plano.
Há empresas, contudo, que têm ampliado o número de estagiários. Caso da Nestlé, que passou de 65 para 80.
O programa, que teve início em 1998, tem cerca de 60% de efetivação, sinaliza a gerente de RH da Nestlé Brasil, Izabel Azevedo.
A efervescência também dá sinais nos programas de trainee. Na Bosch, por exemplo, as vagas foram de seis para 16 após o mapeamento de demanda das áreas, diz o gerente de relações corporativas, Carlos Abdalla.