Novos diplomas devem passar por prova de fogo do mercado de trabalho

Montagem com fotos de João Brito/Folha Imagem e Shutterstock

Rogério Vacaro com sua certificação em vendas

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Certificação em gestão de projetos, "coaching", engenharia de custos e cadeia de suprimentos. A uma gama de diplomas que acreditam o conhecimento profissional, somaram-se outras nos últimos meses, como vendas e inovação.
Na teoria, o que move milhares de trabalhadores na busca pelo canudo é o diferencial competitivo. Trata-se do atestado de domínio de temas cada vez mais relevantes no mercado, como governança corporativa e gestão de processos.
Na prática, porém, é preciso cuidado. Além de alguns custarem milhares de reais, não têm impacto imediato em termos salariais ou de empregabilidade, sinalizam consultores.
"Existe uma indústria de certificações", pontua o diretor da companhia de recrutamento Monster Brasil, Rodolfo Ohl.
Algumas brilham aos olhos do selecionador, como as de implantação de sistemas ERP (gestão empresarial integrada), sinaliza o diretor-geral da consultoria em RH Business Partners Consulting, Luis Savério.
As internacionais, em geral, têm boa aceitação pelo mercado. "Há uma padronização", justifica Orlando Pavani Júnior, CEO da Gauss Consulting, especializada em treinamento.
Nessa lista estão as relacionadas ao conceito Seis Sigma, de gestão de processos. A administradora Fabiana Bufallo, 31, ganhou o curso de 80 horas da empresa e agora trabalha no projeto final. "Comecei a ver detalhes do processo", celebra.
As certificadoras ou os certificados menos conhecidos, porém, têm de passar pela "prova de fogo do mercado", diz Savério. Ou seja, com o tempo, proporcionar incremento salarial ou de empregabilidade.

Novos exames
A área de vendas é uma das que passam a contar com esse tipo de atestado. Desde o começo do ano, 52 profissionais conquistaram a certificação em vendas VendaMais, oferecida pela editora Quantum.
Há 32 anos na área, o diretor Rogério Vacaro, 48, estudou por uma semana e fez a prova. Com pós em vendas, teve aproveitamento de 95%. "A iniciativa valoriza o profissional", diz.
A certificação em gestão de inovação também é recente. Apresentada como a primeira no mundo, inclui 60 horas de treinamento. Já foram formadas 30 pessoas em duas turmas -uma experimental e uma para convidados. "É algo voltado para a prática, a realidade empresarial", diz Valter Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani, que confere o atestado.


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