São Paulo, domingo, 16 de julho de 2006

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sua carreira - biblioteconomia:

Novas funções revitalizam profissão

Com mercado eclético, pós amplia oportunidades de trabalho; salário chega a R$ 10 mil

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O excesso de informação que caracteriza este século vem sendo acusado de fazer mal à saúde, sobretudo à memória. Se é ruim para alguns, para os bibliotecários é uma bênção. Quem escolheu a carreira tem hoje vasta área de trabalho.
Antes visto como alguém fadado a trabalhar em bibliotecas empoeiradas e pouco valorizado nas empresas, esse profissional ganhou status de gestor de dados nas instituições.
Isso porque ser capaz de absorver tudo o que é divulgado não necessariamente implica estar bem informado -é preciso selecionar dados úteis em meio ao turbilhão diário de informações disponíveis.
A Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho e Emprego, identifica hoje o bibliotecário como profissional da informação. Em suas atribuições estão atividades como disponibilizar informações em qualquer suporte e gerenciar centros de documentação, entre outras.

Especialização
A formação superior é ofertada em cursos como biblioteconomia e documentação, ciência ou gestão da informação. Mas a faculdade, sozinha, não basta. "É aconselhável fazer pós-graduação em economia ou administração", sugere Vera Lucia Stefanov, presidente do SinBiesp (sindicato da categoria).
Motivo do conselho: o mercado de trabalho é eclético. Há oportunidades em bancos de dados ou núcleos de pesquisa de empresas e institutos, universidades (onde o salário pode ultrapassar R$ 10 mil), colégios, internet e até em consultorias.
Para interessados na área técnica, o Senac-SP oferece um curso de 800 horas/aula (15 meses) que forma o auxiliar de biblioteca. Ele trabalha sob supervisão, e seu salário varia de R$ 550 a R$ 700. "Temos grande procura de empresas por estagiários", afirma Sueli Nemem, coordenadora do curso.

Negócio próprio

Há espaço, inclusive, para empreender. Foi o que fez Laura Del Mar Lourenço, 51. Após trabalhar numa empresa e no Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), atendendo a pesquisadores, ela se uniu ao marido, fotógrafo, para fundar, em 1991, o banco de imagens Pulsar, que hoje conta com cerca de 700 mil cromos sobre os mais diversos temas.
O arquivo foi disponibilizado na internet, ambiente em que conta com mais de 16 mil imagens. "Tive de aprender formas de catalogação que não me ensinaram na faculdade", conta.
Segundo Lourenço, o sistema de ensino não se preparou para a mudança pela qual passou a carreira. "Mas as escolas já estão prestando mais atenção à tecnologia", diz ela, que fez vários cursos de especialização: processamento de imagens, tratamento de arquivos digitais e informática, entre outros.
Para Vera Lucia Stefanov, do SinBiesp, o maior problema enfrentado pela categoria é a remuneração paga pelos municípios, geralmente inferior ao piso salarial (veja quadro). "Há um projeto na Câmara para estender aos municípios a convenção coletiva", afirma.

SinBiesp - Tel.: 0/xx/11/3242-0911 www.sinbiesp.org.br


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