São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007

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PORTAS ABERTAS

Mercado e governo avançam na inclusão de profissionais

Iniciativas prevêem investimentos em infra-estrutura e capacitação

Fernando Moraes-16.dez.03/Folha Imagem
Alunos com deficiência mental aprendem a pintar e a cortar madeira em uma escola especializada na Grande São Paulo


MARIANA IWAKURA
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

É otimista, apesar do longo caminho até a inclusão total, o panorama do mercado de trabalho para portadores de deficiência. Governo, empresas e sociedade têm oferecido soluções para inseri-los na população economicamente ativa.
"O mundo do trabalho começa a mudar. A sociedade vê que essas pessoas não são improdutivas", avalia Izabel Maior, da Corde (coordenadoria nacional para a integração de deficientes), da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, órgão ligado à Presidência da República.
A estimativa é que existam hoje no país 680 mil vagas para deficientes, entre abertas e ocupadas, sendo o total de postos disponíveis maior do que o de preenchidos -o Ministério do Trabalho e Emprego irá precisar o número em 2008.
Mas, no caminho para ocupar as vagas, há carências como falta de capacitação e de infra-estrutura. Nessa seara, duas medidas podem virar boas notícias. O governo federal anunciou o investimento de R$ 2,4 bilhões, até 2010, em transporte e escola acessíveis e inclusão de deficientes no mercado, entre outras iniciativas.
Já o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende criar uma linha de crédito para que empresas financiem, a juros menores do que os do mercado, a adaptação de suas instalações.

Contratações
A fiscalização contribuiu para incluir o profissional deficiente em São Paulo.
Segundo a DRT-SP (Delegacia Regional do Trabalho), foram contratadas mais de 73 mil pessoas desde 2004 no Estado. Até setembro de 2007, 58,35% das empresas com mais de cem funcionários já haviam cumprido a meta da legislação.
Colaboraram para isso os pactos coletivos em setores como os de vigilância e segurança e de coleta de lixo.
Segundo José Carlos do Carmo, auditor fiscal da DRT-SP, esses acordos entre sindicatos e empresas estendem o prazo para que se preencha a cota. "Em contrapartida, a empresa capacita a mão-de-obra", diz.
A preocupação atual das firmas é reter o profissional com chances de crescimento por meio de tratamento digno.
"Trabalhamos normalmente. Somos tratados de igual para igual, mas cada um no seu limite", descreve o operador de produção da Whirlpool Reinaldo Baumgartner, 33, que tem dificuldades de locomoção.


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