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PORTAS ABERTAS
Mercado e governo avançam na inclusão de profissionais
Iniciativas prevêem investimentos em infra-estrutura e capacitação
Fernando Moraes-16.dez.03/Folha Imagem
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Alunos com deficiência mental aprendem a pintar e a cortar madeira em uma escola especializada na Grande São Paulo |
MARIANA IWAKURA
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
É otimista, apesar do longo
caminho até a inclusão total, o
panorama do mercado de trabalho para portadores de deficiência. Governo, empresas e
sociedade têm oferecido soluções para inseri-los na população economicamente ativa.
"O mundo do trabalho começa a mudar. A sociedade vê que
essas pessoas não são improdutivas", avalia Izabel Maior, da
Corde (coordenadoria nacional
para a integração de deficientes), da Secretaria Especial dos
Direitos Humanos, órgão ligado à Presidência da República.
A estimativa é que existam
hoje no país 680 mil vagas para
deficientes, entre abertas e
ocupadas, sendo o total de postos disponíveis maior do que o
de preenchidos -o Ministério
do Trabalho e Emprego irá precisar o número em 2008.
Mas, no caminho para ocupar as vagas, há carências como
falta de capacitação e de infra-estrutura. Nessa seara, duas
medidas podem virar boas notícias. O governo federal anunciou o investimento de R$ 2,4
bilhões, até 2010, em transporte e escola acessíveis e inclusão
de deficientes no mercado, entre outras iniciativas.
Já o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende criar uma
linha de crédito para que empresas financiem, a juros menores do que os do mercado, a
adaptação de suas instalações.
Contratações
A fiscalização contribuiu para incluir o profissional deficiente em São Paulo.
Segundo a DRT-SP (Delegacia Regional do Trabalho), foram contratadas mais de 73 mil
pessoas desde 2004 no Estado.
Até setembro de 2007, 58,35%
das empresas com mais de cem
funcionários já haviam cumprido a meta da legislação.
Colaboraram para isso os
pactos coletivos em setores como os de vigilância e segurança
e de coleta de lixo.
Segundo José Carlos do Carmo, auditor fiscal da DRT-SP,
esses acordos entre sindicatos
e empresas estendem o prazo
para que se preencha a cota.
"Em contrapartida, a empresa
capacita a mão-de-obra", diz.
A preocupação atual das firmas é reter o profissional com
chances de crescimento por
meio de tratamento digno.
"Trabalhamos normalmente. Somos tratados de igual para
igual, mas cada um no seu limite", descreve o operador de
produção da Whirlpool Reinaldo Baumgartner, 33, que tem
dificuldades de locomoção.
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