São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007

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PORTAS ABERTAS

Retenção de profissional vira preocupação de firmas

Necessidade de contratação de deficientes leva a busca na concorrência

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de atrair e capacitar portadores de deficiência, as organizações preocupam-se agora com manter esses profissionais em seus quadros.
"As empresas estão começando a ter políticas de retenção, já que o mercado está aquecido pela Lei de Cotas", aponta Irene Azevedo, professora de liderança da BBS (Brazilian Business School).
Na DuPont, o maior desafio atualmente é reter os profissionais, explica Ana Cristina Piovan, diretora de RH. "Precisamos entender os motivadores da permanência", afirma.
Segundo Piovan, quando a busca por profissionais com deficiência se estabilizar, será importante ter as pessoas certas nas posições certas.
As políticas de retenção são parecidas com aquelas praticadas com não-deficientes: remuneração, formação, possibilidade de crescimento na carreira e um bom ambiente de trabalho.
"Não é só remuneração ou treinamento, é o conjunto da obra -respeito e inclusão", pontua Ricardo Khauaja, diretor de RH da Whirlpool.
Empresas que "assediam" os funcionários, conta Khauaja, oferecem salários maiores. "Mas salário tem limite. O ambiente compensa de longe", diz.

Formação
Para o gerente de RH da Astra, Carlos Umberto Rossi, o gargalo da organização está em encontrar mão-de-obra com qualidade. Para cumprir as cotas e manter o empregado, a firma investe em treinamento e na chance de desenvolvimento.
"Trabalhamos com potenciais. É difícil achar um deficiente com experiência na área comercial, por exemplo. Tem de treinar", afirma Rossi.
Cláudio Magalhães, 38, tornou-se tetraplégico há 14 anos. Depois de fazer fisioterapia e natação, passou a se locomover com ajuda de muletas e aprendeu a lidar com computadores.
Na DuPont, onde é assistente administrativo, tem sua faculdade de educação física paga pela empresa, além do curso de Excel, que já fez, e o de inglês, planejado para o ano que vem.
Quando se formar, Magalhães pretende permanecer na multinacional, ainda que deixe o setor em que está hoje. "Há a área de ginástica laboral, por exemplo", antecipa. (MI)


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