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PORTAS ABERTAS
Retenção de profissional vira preocupação de firmas
Necessidade de contratação de deficientes leva a busca na concorrência
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de atrair e capacitar
portadores de deficiência, as
organizações preocupam-se
agora com manter esses profissionais em seus quadros.
"As empresas estão começando a ter políticas de retenção, já que o mercado está
aquecido pela Lei de Cotas",
aponta Irene Azevedo, professora de liderança da BBS
(Brazilian Business School).
Na DuPont, o maior desafio
atualmente é reter os profissionais, explica Ana Cristina Piovan, diretora de RH. "Precisamos entender os motivadores
da permanência", afirma.
Segundo Piovan, quando a
busca por profissionais com
deficiência se estabilizar, será
importante ter as pessoas certas nas posições certas.
As políticas de retenção são
parecidas com aquelas praticadas com não-deficientes: remuneração, formação, possibilidade de crescimento na carreira e
um bom ambiente de trabalho.
"Não é só remuneração ou
treinamento, é o conjunto da
obra -respeito e inclusão",
pontua Ricardo Khauaja, diretor de RH da Whirlpool.
Empresas que "assediam" os
funcionários, conta Khauaja,
oferecem salários maiores.
"Mas salário tem limite. O ambiente compensa de longe", diz.
Formação
Para o gerente de RH da Astra, Carlos Umberto Rossi, o
gargalo da organização está em
encontrar mão-de-obra com
qualidade. Para cumprir as cotas e manter o empregado, a firma investe em treinamento e
na chance de desenvolvimento.
"Trabalhamos com potenciais. É difícil achar um deficiente com experiência na área
comercial, por exemplo. Tem
de treinar", afirma Rossi.
Cláudio Magalhães, 38, tornou-se tetraplégico há 14 anos.
Depois de fazer fisioterapia e
natação, passou a se locomover
com ajuda de muletas e aprendeu a lidar com computadores.
Na DuPont, onde é assistente
administrativo, tem sua faculdade de educação física paga
pela empresa, além do curso de
Excel, que já fez, e o de inglês,
planejado para o ano que vem.
Quando se formar, Magalhães pretende permanecer na
multinacional, ainda que deixe
o setor em que está hoje. "Há a
área de ginástica laboral, por
exemplo", antecipa.
(MI)
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