São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004 |
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PÓS & MBA Instalações são menos importantes do que a qualidade e o status de professores e alunos "Capital humano" atesta qualidade do curso
FREE-LANCE PARA A FOLHA Não se deixe impressionar por salas de aula suntuosas, com tecnologia de ponta, DVD, televisão e internet de banda larga ao alcance dos dedos. Na escolha da melhor escola de MBA, o que conta pontos mesmo é o "capital humano" -nível dos professores, alunos e ex-alunos da instituição. Em outras palavras, o executivo que volta às aulas deve atentar para a qualidade dos docentes e para o status dos colegas (são trainees? supervisores? gerentes? diretores? presidentes?). A constatação é compartilhada tanto por quem já fez MBA como por especialistas em recursos humanos, professores e coordenadores de cursos. "É isso [as pessoas] que dá prestígio à instituição e faz com que ela seja respeitada", explica Luciana Secovi, da Career Center. Um bom termômetro da qualidade de uma escola é a posição de seus alunos e ex-alunos no mercado de trabalho. Não basta, no entanto, garimpar um grupo de bons profissionais. É preciso estar atento aos diferentes perfis. "Algumas escolas do Brasil pecam nesse item: colocam juntas pessoas muito próximas, com pouca experiência para trocar, como, por exemplo, muitos profissionais do mesmo ramo. Ou então de níveis muito distantes, como novatos e diretores", critica Patricia Molinos, da KPMG. Quando decidiu pelo MBA da Wharton School, nos Estados Unidos, Mateus Bandeira, 35, buscava mais que uma escola prestigiada. "Em Wharton, 40% dos alunos são estrangeiros, o que cria um ambiente que aposta na diversidade", explica ele, que concluiu o curso em maio deste ano. Bandeira conta que os grupos de estudo eram formados obrigatoriamente por alunos de diferentes países e com atuação profissional em áreas variadas. "Isso nos ensina a trabalhar com a realidade das grandes corporações", destaca. Teoria e prática Na hora de avaliar o corpo de professores, é importante verificar se há um equilíbrio entre acadêmicos teóricos e profissionais de mercado que façam a conexão com a realidade das empresas. "A longo prazo, o que conta é a capacidade de organizar conceitos e colocá-los em prática. Não basta apenas focar exemplos reais ou, no outro extremo, discussões meramente teóricas", afirma James Wright, diretor do MBA executivo internacional da FIA. A administradora Priscila Gallego, 26, avaliou as possibilidades de interação com alunos e professores ao optar pelo MBA executivo da ESPM, em São Paulo. "Cada disciplina tem uma turma diferente, o que possibilita ter uma ampla rede de contatos. Quanto aos professores, os conceitos são trazidos para o dia-a-dia empresarial. O que estudo na aula, aplico no escritório." O mesmo diz o publicitário Adriano Sá, 38, que trabalhou em agências por 11 anos até ser convidado para gerenciar o departamento de comunicação de uma grande empresa. Para facilitar a transição para executivo, fez o curso do Ibmec. "Ele tem uma visão mais prática, voltada para quem está no mercado." (RAP) Texto Anterior: Executivos já "colecionam" diplomas de pós Próximo Texto: Professor colhe benefícios com rotina de aulas Índice |
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