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sua carreira
Hora de afastar para se aproximar
Profissionais aderem
a um ano de sabático
para se renovar ou
tomar novos rumos
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DO "NEW YORK TIMES"
O norte-americano Dennis
Sinar, 61, vai direto ao ponto ao
explicar por que se afastou de
seu trabalho durante um ano:
"Precisava recarregar as baterias. Estava exausto depois de
praticar medicina por 26 anos".
Sinar, que é gastroenterologista, aderiu à prática conhecida nos Estados Unidos como
"gap year", ou ano-intervalo, de
julho de 2007 a junho de 2008.
A fim de explorar temas que
vão desde restauro de peças
antigas até medicina tradicional oriental, visitou lugares como Alasca, Nepal e Romênia.
"É um desafio para pessoas
mais velhas deixarem sua zona
de conforto", ressalta Sinar,
que, com a pausa, diz ter
"reafirmado as razões pelas
quais escolheu a área de saúde".
"Eu uso as experiências para
fornecer um cuidado mais humano. Hoje ouço mais [as pessoas] do que antes", compara.
Tirar um ano-intervalo é
uma excelente forma para profissionais em meio de carreira
ingressaram em uma nova área
ou revigorarem o que já vêm fazendo, afirma Holly Bull, presidente do Center for Interim
Programs, que organiza programas de um ano de sabático.
Nos últimos anos, diz Bull,
"tem aumentado o interesse de
quem quer se afastar por um
ano". Agora, com cortes de vagas em alta, parte dos novos desempregados pode considerar
o momento ideal para a pausa.
Os custos da iniciativa variam bastante, dependendo em
parte da locação e dos tipos de
programa. Segundo Bull, um
ano-intervalo custa, em média,
de US$ 6.000 a US$ 15 mil (R$
13,8 mil a R$ 34,6 mil) ou menos "caso se façam poucas viagens ou programas baratos".
Na natureza selvagem
Lee Attix, 52, usou as habilidades aprendidas durante um
ano-intervalo há mais de dez
anos para trocar a carreira em
vendas e marketing pelo trabalho focado em vida selvagem.
"Queria mais do que ter um trabalho com contracheque", diz.
Suas experiências como voluntário no ano-intervalo incluíram manutenção de trilhas
e estudo de falcões ameaçados
em Estados norte-americanos.
Hoje ele é gerente de uma
ONG, a BioDiversity Research
Institute. "Tirar o ano-intervalo foi a melhor coisa que eu fiz
na minha carreira", salienta.
Quem também usou o sabático para mudar de área foi Tari
Marcou, 54, ex-coordenadora
de um programa de liderança
na Universidade de Ohio.
Seu ano-intervalo consistiu
em uma estada em um retiro de
meditação na França, em fazendas orgânicas na Itália e em
um centro de observação de vida selvagem na África do Sul.
Na volta aos Estados Unidos,
Marcou foi sondada para um
novo emprego na universidade
"com um aumento considerável de salário". Em vez de aceitar, fez de sua paixão por viagens uma nova carreira ao se
tornar diretora certificada de
tours. "Sinto que eu finalmente
achei onde precisava estar."
Prós e contras
Na avaliação de Dennis Garritan, diretor do departamento
de liderança e gestão de capital
humano da Universidade de
Nova York, a experiência de um
ano-intervalo é um movimento
estratégico que renderá dividendos para toda a carreira.
"Para as empresas, trata-se
de uma forma de retenção de
empregados talentosos, que retornam renovados após refletirem sobre suas trajetórias", diz.
Segundo ele, a longo prazo, o
benefício também é um modo
mais criativo que as demissões
em massa para superar crises
econômicas como a atual.
Mas Garritan alerta para o fato de que os profissionais em
retorno de um ano-intervalo e à
procura de um novo emprego
podem encontrar problemas:
"Algumas companhias tendem
a ver esse candidato com um
risco maior de desligamento".
Ele sugere que se mantenha a
porta aberta para retornar à
profissão anterior ao intervalo.
"Se um contador que espera se
tornar um chef vai para Paris
estudar artes culinárias, ele deve planejar dedicar algum tempo a aprender o sistema de contabilidade europeu ou a fazer
trabalho de contabilidade para
uma ONG local", exemplifica.
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