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REFLEXOS DO CONHECIMENTO
Competição valoriza vendedores
Estudar o mercado e a concorrência é um caminho para se destacar, dizem especialistas
Renato Stockler/Folha Imagem
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Ednaldo Olimpio dos Santos, da Billbox Records, que se diz apaixonado por vender discos |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Foi-se o tempo em que o bom
vendedor fazia as vezes do tirador de notas. A profissão hoje
acumula funções e exige técnica e especialização de quem está na linha de frente das firmas,
no contato direto com o cliente.
"Com a forte concorrência
dos últimos anos, as corporações passaram a precisar de especialistas para diferenciar-se
no atendimento e conquistar
clientes", justifica o professor
do MBA em marketing do Senac-SP Marcos Carvalho.
Interpretar o desejo do consumidor, oferecer o produto
adequado e conquistar sua confiança são alguns dos desafios
enfrentados por quem escolhe
seguir a carreira de vendas.
Para isso, é essencial que o
vendedor tenha profundo conhecimento do produto e do
público com que está lidando.
"O bom profissional vai atrás
da informação na empresa,
com produtores, outros vendedores e clientes. Deve escutar
mais do que falar e ser claro",
indica o coordenador dos cursos de vendas da ESPM (Escola
Superior de Propaganda e Marketing), Charles John.
Luis Paulo Fávero, coordenador de pesquisa do Provar/FIA,
completa: "Ele tem de dar uma
aula, impressionar. A decisão
de compra ocorre na loja e, nessas horas, não funciona o discurso padronizado. Valem a
sinceridade e o conhecimento".
Concorrência
Para destacar-se, também é
importante conhecer o mercado e o produto da concorrência.
"É preciso entender o cenário,
os diferenciais competitivos da
firma e quem são os concorrentes, seus pontos fortes e fracos",
ressalta o professor da FGV-SP
(Fundação Getulio Vargas)
Cláudio Tomanini, autor do livro "Gestão de Vendas".
Outro requisito é identificar
o público e seus rituais de consumo. É o que indica o coordenador do Programa de Aperfeiçoamento em Varejo do Instituto Coppead, Vitor Almeida.
"Deve existir uma sintonia
cultural para que o vendedor
perceba as necessidades de seu
cliente e crie uma cumplicidade. Saber perguntar, ouvir e
identificar as necessidades de
quem é atendido é essencial."
Mas, apesar de a especialização ser importante, o professor
do Ibmec São Paulo Mauro
Schnaidman pondera: "Quem
não é aberto a novos mercados
corre o risco de ser rotulado e
limitar seus conhecimentos".
Formação
Pesquisa realizada pelo Nuclave (Núcleo de Aperfeiçoamento em Vendas) em novembro de 2006 aponta que 60%
das empresas exigem que o
vendedor tenha terminado
o ensino médio; 4%, um curso
técnico; e 3%, o nível superior.
"A graduação em áreas como
administração, comércio exterior, marketing e comunicação
social agregam muito valor para quem visa construir uma
carreira na área", analisa o consultor José Antonio Kairalla.
Foi o que fez a ex-professora
de inglês e espanhol Patrícia
Maria de Moraes, 33: trocou a
faculdade de letras pela de comércio exterior há oito anos
para virar vendedora de chás.
"Chega um momento em que
o profissional deve conhecer
toda a organização da empresa,
por isso fui buscar informações
sobre importação. Também
participei da montagem de seis
lojas e dou treinamento para
novos vendedores", conta Moraes, que foi recém-promovida
a gerente na Loja do Chá.
"O importante é que tenho
vontade de aprender e adoro
trabalhar com os tipos de chá.
Mas ainda tenho muito a praticar, a começar pela confecção
de embrulhos", comenta.
(LP)
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