São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Entrevista

"Liderança é nosso principal foco"

Para reitor do MBA da Tuck, nos EUA, aluno deve ter "bagagem" para diversificar discussão

Divulgação
Alunos da Tuck tiveram média salarial de US$ 155 mil em 2006


MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Excelência acadêmica, liderança, comprometimento, habilidades interpessoais e diversidade de experiência. Essas são as cinco características essenciais para o executivo que pretende fazer um MBA na Tuck Escola de Negócios, considerada a oitava melhor do mundo, segundo o ranking do "Financial Times" de 2006. A afirmação é do professor Paul Danos, atual reitor da escola, em New Hampshire, no nordeste dos Estados Unidos. Danos chegará ao Brasil amanhã para participar da seleção de estudantes daqui para o programa da Tuck do ano que vem. Em entrevista por e-mail à Folha, o reitor antecipa o que apresentará aos brasileiros.

 

FOLHA - Qual o perfil dos estudantes brasileiros aceitos na Tuck?
PAUL DANOS -
Os 11 brasileiros que estudam aqui [no campus norte-americano] têm um passado em escolas de negócios. Os alunos atuam em cargos gerenciais ou seniores, como gerentes de projetos, de finanças e da área tributária ou como consultores de investimentos. Em média, nossos alunos têm pelo menos cinco anos de experiência integral no mercado. Nós buscamos essa característica porque a consideramos necessária para acrescentar referências na sala de aula.

FOLHA - Qual é o ponto alto do curso de MBA da Tuck?
DANOS -
A liderança é nosso principal foco. Percebemos a demanda no mundo corporativo por líderes que sejam equilibrados, que saibam o momento de serem fortes ou amáveis. Por isso criamos um programa de desenvolvimento de liderança. Esse acompanhamento permite que todos os alunos sejam treinados para trazer à tona seus próprios traços.
O programa inclui trabalhos individuais e em dupla e temas que abordam como criar e implementar planos de liderança e de carreira, entre outros.

FOLHA - O que a universidade busca em um estudante de MBA?
DANOS -
Nós procuramos candidatos que agreguem cinco características. Primeiro, excelência nos estudos. Nossos alunos demonstram grande curiosidade intelectual e são engajados no processo acadêmico. A liderança deve ter sido exercida em cenários dos mais variados, como no trabalho, na comunidade e em suas atividades extracurriculares. Há também o fator comprometimento. Os alunos têm que ter dado duro, com impacto positivo por onde passaram. Já as habilidades interpessoais servem tanto para um líder como para o grupo. Por fim, a diversidade de experiências ajuda a promover, na sala de aula, uma maior escala de perspectivas.

FOLHA - O senhor acredita que exista uma tendência hoje de os MBAs se focarem cada vez mais?
DANOS -
Eu acredito que o MBA voltado para gerenciamento geral [o MBA tradicional] tenha prosperado e continue prosperando. Esse modelo fornece grandes possibilidades de conhecimento e de aprimoramento de habilidades -ferramentas necessárias para qualquer ramo de atividade.

FOLHA - Aqui em São Paulo temos programas competentes de MBA. Por que estudar fora do país?
DANOS -
Em Tuck, 31% do corpo estudantil vem de outras partes do mundo. Eles vêm porque oferecemos um padrão internacional de ensino. Eles também têm acesso a uma rede formada por mais de 8.000 alunos e podem contar com nosso programa de recrutamento, que engloba mais de 700 empresas ao redor do mundo. Além disso, o salário médio de nossos alunos em 2006 foi o maior até hoje -de cerca de US$ 155 mil/ano.

FOLHA - Por que a Tuck se mantém pequena ao longo de sua história?
DANOS -
Nós estamos engajados em manter um total de 240 alunos. Isso nos permite continuar focados. Nossos alunos se conhecem e nossa faculdade se relaciona com eles em nível pessoal. Esse toque individual cria uma atmosfera de comunidade, mais difícil de ser alcançado em grande escala.

FOLHA - Quais os critérios para conseguir uma bolsa de estudos?
DANOS -
As bolsas são oferecidas para estudantes nacionais e estrangeiros e são baseadas numa combinação de mérito e necessidade. Todos os estudantes que pedem ajuda são considerados pelos dois critérios.
A ajuda vai de US$ 3.000 a 100%. O mérito é uma combinação dos seguintes fatores: desempenho acadêmico excepcional, liderança, realizações no trabalho e habilidade para contribuir com a diversidade da aula. As bolsas são renovadas automaticamente no segundo ano, quando o nível de rendimento acadêmico é mantido durante o primeiro ano.


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