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Entrevista
"Liderança é nosso principal foco"
Para reitor do MBA da Tuck, nos EUA, aluno deve ter "bagagem" para diversificar discussão
Divulgação
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Alunos da Tuck tiveram média salarial de US$ 155 mil em 2006 |
MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Excelência acadêmica, liderança, comprometimento,
habilidades interpessoais e
diversidade de experiência.
Essas são as cinco características essenciais para o executivo que pretende fazer um MBA
na Tuck Escola de Negócios,
considerada a oitava melhor do
mundo, segundo o ranking do
"Financial Times" de 2006.
A afirmação é do professor
Paul Danos, atual reitor da escola, em New Hampshire, no
nordeste dos Estados Unidos.
Danos chegará ao Brasil amanhã para participar da seleção
de estudantes daqui para o programa da Tuck do ano que vem.
Em entrevista por e-mail à
Folha, o reitor antecipa o que
apresentará aos brasileiros.
FOLHA - Qual o perfil dos estudantes brasileiros aceitos na Tuck?
PAUL DANOS - Os 11 brasileiros
que estudam aqui [no campus
norte-americano] têm um passado em escolas de negócios. Os
alunos atuam em cargos gerenciais ou seniores, como gerentes de projetos, de finanças e da
área tributária ou como consultores de investimentos.
Em média, nossos alunos
têm pelo menos cinco anos de
experiência integral no mercado. Nós buscamos essa característica porque a consideramos
necessária para acrescentar referências na sala de aula.
FOLHA - Qual é o ponto alto do curso de MBA da Tuck?
DANOS - A liderança é nosso
principal foco. Percebemos a
demanda no mundo corporativo por líderes que sejam equilibrados, que saibam o momento
de serem fortes ou amáveis.
Por isso criamos um programa de desenvolvimento de liderança. Esse acompanhamento permite que todos os alunos
sejam treinados para trazer à
tona seus próprios traços.
O programa inclui trabalhos
individuais e em dupla e temas
que abordam como criar e implementar planos de liderança
e de carreira, entre outros.
FOLHA - O que a universidade busca em um estudante de MBA?
DANOS - Nós procuramos candidatos que agreguem cinco características. Primeiro, excelência nos estudos. Nossos alunos demonstram grande curiosidade intelectual e são engajados no processo acadêmico.
A liderança deve ter sido
exercida em cenários dos mais
variados, como no trabalho,
na comunidade e em suas atividades extracurriculares.
Há também o fator comprometimento. Os alunos têm que
ter dado duro, com impacto positivo por onde passaram.
Já as habilidades interpessoais servem tanto para um líder como para o grupo.
Por fim, a diversidade de experiências ajuda a promover,
na sala de aula, uma maior escala de perspectivas.
FOLHA - O senhor acredita que
exista uma tendência hoje de os
MBAs se focarem cada vez mais?
DANOS - Eu acredito que o
MBA voltado para gerenciamento geral [o MBA tradicional] tenha prosperado e continue prosperando. Esse modelo
fornece grandes possibilidades
de conhecimento e de aprimoramento de habilidades -ferramentas necessárias para
qualquer ramo de atividade.
FOLHA - Aqui em São Paulo temos
programas competentes de MBA.
Por que estudar fora do país?
DANOS - Em Tuck, 31% do corpo estudantil vem de outras
partes do mundo. Eles vêm
porque oferecemos um padrão
internacional de ensino.
Eles também têm acesso a
uma rede formada por mais de
8.000 alunos e podem contar
com nosso programa de recrutamento, que engloba mais de
700 empresas ao redor do
mundo. Além disso, o salário
médio de nossos alunos em
2006 foi o maior até hoje -de
cerca de US$ 155 mil/ano.
FOLHA - Por que a Tuck se mantém
pequena ao longo de sua história?
DANOS - Nós estamos engajados em manter um total de 240
alunos. Isso nos permite continuar focados. Nossos alunos se
conhecem e nossa faculdade se
relaciona com eles em nível
pessoal. Esse toque individual
cria uma atmosfera de comunidade, mais difícil de ser alcançado em grande escala.
FOLHA - Quais os critérios para conseguir uma bolsa de estudos?
DANOS - As bolsas são oferecidas para estudantes nacionais e
estrangeiros e são baseadas numa combinação de mérito e necessidade. Todos os estudantes
que pedem ajuda são considerados pelos dois critérios.
A ajuda vai de US$ 3.000 a
100%. O mérito é uma combinação dos seguintes fatores:
desempenho acadêmico excepcional, liderança, realizações
no trabalho e habilidade para
contribuir com a diversidade
da aula. As bolsas são renovadas automaticamente no segundo ano, quando o nível de
rendimento acadêmico é mantido durante o primeiro ano.
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