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EMBARQUE PARA CONCURSO
Bônus por mérito ganha espaço no setor público
Critério de avaliação deve ser claro para ter efeito, afirma especialista
BRUNA BORGES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A bonificação por mérito,
bastante comum na iniciativa
privada, ganha espaço no governo federal e em três secretarias estaduais de São Paulo.
Em março deste ano, o presidente Lula regulamentou os
critérios para a avaliação de
desempenho que concede 48
gratificações a servidores do
Poder Executivo federal.
Agora, o benefício conta com
uma autoavaliação do funcionário, que corresponde a 15%
da nota individual. O restante é
formado por equipe e chefia.
A remuneração é variável.
Com uma das gratificações, o
servidor pode ganhar de R$
1.730 a R$ 2.608 adicionais, dependendo do tempo de serviço,
exemplifica Simone Velasco, da
Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Trabalho.
"Esse tipo de remuneração
variável a partir do desempenho é uma tendência no setor
público", indica José Dari
Krein, professor do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e da
Economia do Trabalho) da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Prova disso são as secretarias
estaduais de São Paulo.
Na Secretaria Estadual de
Saúde, por exemplo, o bônus
pode ser de um salário-base, caso o funcionário atinja todas as
metas estabelecidas pelo órgão.
Do contrário, recebe proporcionalmente ao desempenho.
Pelo programa, anunciado
em março, hospitais que apresentarem bons indicadores podem ter acréscimo de 1% do orçamento anual para qualificação profissional, compra de
equipamento e reforma.
No mesmo mês, a Secretaria
Estadual de Gestão Pública de
São Paulo estabeleceu um sistema em que o bônus chega a
2,4 salários-base por ano. Mas
as diretrizes do programa, que
atinge 5.000 servidores, ainda
não foram definidas.
Na secretaria de Educação,
o Programa de Valorização por
Mérito reajusta os salários de
professores bem avaliados em
até 25% a cada três anos.
Critérios
Krein avalia que esse mecanismo de programas de incentivo com concessão de bônus
por mérito pode gerar concorrência entre os funcionários.
Para Tania Casado, coordenadora do Centro de Estudos
de Carreiras da FIA (Fundação
Instituto de Administração), o
sistema funciona, desde que
haja acompanhamento da qualidade dos processos e definição clara dos objetivos.
"Mas quem garante que as
metas estão atreladas diretamente ao cargo do servidor?",
questiona Casado.
Segundo ela, esse tipo de avaliação deve selecionar as habilidades de acordo com a função.
No caso de um professor, esclarece, é preciso medir se ele consegue ensinar bem o que sabe.
Sem um exame completo e
abrangente, poderá ocorrer
distorção no alcance dos objetivos do programa, explica.
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