São Paulo, domingo, 18 de maio de 2008

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LONGE DA LOUSA

Ritmo de expansão do ensino a distância, no entanto, é o menor dos últimos quatro anos

Matrículas crescem 25% em 2007

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O número de alunos matriculados no país em cursos credenciados do ensino a distância em 2007 cresceu quase 25% em relação ao ano anterior.
Entretanto, o ritmo de expansão foi menor do que o registrado nos últimos anos (veja abaixo), segundo dados do AbraEAD 2008.
O maior crescimento da área aconteceu em 2005 (63%).
A razão para isso, aponta Fábio Sanchez, coordenador do anuário, é que "muitas instituições andaram em marcha lenta" no aguardo das mudanças do setor propostas pelo MEC (Ministério da Educação) ao longo de 2007. "O mercado não gostou tanto disso", diz.
Entre as reclamações de empresários que atuam com ensino a distância está a demora para as autorizações de funcionamento dos cursos. Alegam que a delonga dificulta a expansão da modalidade de ensino.
De acordo com Carlos Eduardo Bielschowsky, secretário de educação a distância do MEC, "este ano ainda será muito intenso em relação à regulamentação desses cursos".
Apesar disso, a expansão do segmento, afirmam especialistas, é um caminho sem volta. "A tendência é desenvolver-se, havendo convergência com a aula presencial", observa o professor da Faculdade de Educação da UnB (Universidade de Brasília) Bernardo Kipnis.
Para Stravos Xanthopoylos, diretor-executivo do FGV Online, da Fundação Getulio Vargas, "tem caído o grau de ceticismo" quanto ao tema.
Realizado pelo Instituto Monitor em parceria com a Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) e com o apoio do MEC, o levantamento tomou como referência informações das 257 instituições autorizadas e credenciadas pelo ministério e pelos conselhos estaduais de educação.

Autonomia
Atentos ao crescimento desse tipo de ensino no Brasil, os alunos que obtêm bom desempenho costumam ter um perfil diferenciado: são mais autônomos e disciplinados.
Para a fonoaudióloga Gleidis Roberta Guerra, 38, que faz pedagogia a distância pela Universidade Metodista, é preciso estar mais maduro para se dedicar a essa modalidade. "O aluno precisa ser mais responsável pelo seu estudo", avalia.
A analista de recursos humanos Andrea Ferraz, 40, que faz pós-graduação a distância em direito do trabalho pela PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica), concorda: "É necessário ter metodologia de estudo e traçar um objetivo, senão fica difícil acompanhar o curso". (IG)


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