S?o Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

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Custo de expatriação sobe no país

Empresas suspendem contrato para baratear processo, afirma advogado

DE SÃO PAULO

A expatriação está mais cara para boa parte das empresas. Desde que a lei nº 11.962/2009 entrou em vigor, há um ano, companhias que suspendiam o contrato de trabalhadores enviados a trabalho para o exterior têm de considerar outros custos.
A prática era pagar as contribuições sociais no país de destino pelo tempo de expatriação. Agora, é obrigatório fazer depósito de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e de contribuições previdenciárias no Brasil.
Além disso, acrescenta Fábio Chong de Lima, sócio da área trabalhista do escritório Trench, Rossi e Watanabe, é preciso oferecer "benefícios como adicional de transferência, reajuste salarial segundo a legislação brasileira e direito a férias no Brasil -custeadas pelo empregador, após dois anos".
Em um salário de R$ 12 mil, incidem, por exemplo, R$ 3.000 de FGTS, R$ 3.000 de adicional de transferência e outros R$ 3.000 de contribuição previdenciária, segundo cálculos da Ernst & Young. Com os encargos sociais, o custo para a empresa seria 57% maior que a suspensão do contrato.
O sócio da área de capital humano da Ernst & Young Frederico Good God explica que algumas empresas ainda recorrem à suspensão -em que não há o pagamento de encargos trabalhistas e previdenciários- para baratear o processo. "Mas elas têm de arcar com o risco [de serem acionadas judicialmente], caso o funcionário decida cobrá-las mais tarde", destaca.

EXTENSÃO
A norma já valia desde 1982 para as empresas de construção civil. Algumas companhias de outras áreas, contudo, aplicavam-na por analogia -evitando, assim, ações na Justiça do Trabalho.
Para a advogada trabalhista Maria Lúcia Benhame Puglisi, que auxilia empresas na transferência de funcionários, o aumento de custo não deveria ser empecilho.
Frequentemente, diz ela, há acordo entre a companhia do país que envia e a do que recebe para dividir as despesas com a expatriação.
"As empresas que pensam nesse custo têm de avaliar seu projeto de internacionalização e expatriação."


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