S?o Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Adaptação determina sucesso

Prazos, novos processos e adequação da família exigem atenção de profissionais no exterior

DE SÃO PAULO

Falta de cooperação dos colegas, problemas com o idioma, não adaptação à nova função. É grande a lista de barreiras que dificultam a vida do executivo no exterior.
Ser parte do time na empresa e conseguir vencer os obstáculos do dia a dia são essenciais para o sucesso do profissional em outro país, argumentam especialistas.
Às vezes, são dificuldades pequenas, transponíveis com paciência. "Entrar para o "networking" de um norte-americano leva mais tempo [do que para o de um brasileiro]", diz o diretor de marketing da Bic para países emergentes, Carlos Avila, 43, que está nos EUA desde 2007.
Prazos, geralmente, não são diferentes apenas nas redes de relacionamento. O hábito de permanecer por mais tempo no escritório, em jornadas maiores, pode ser visto como falta de produtividade -e exigir esforço dobrado para solucioná-lo.
No dia a dia, sobram empecilhos a vencer. Trâmites para alugar casa e escolher o tipo de conta bancária eram simples no Brasil, mas exigiram tempo do vice-presidente de serviços globais da BRQ, do setor de tecnologia, Rafael Santa Rita, 34, há três anos em Nova York.
"É completamente diferente", conta ele, assinalando que a adaptação "não foi das mais complicadas".
Em geral, as companhias facilitam o processo -oferecem curso sobre a cultura do país de destino e auxílio para resolver pendências como documentação e aluguel.
Algumas permitem viagens exploratórias, para mapear os locais em que o profissional deseja se instalar. O CEO da Logicalis Southern Cone, de tecnologia, Rodrigo Parreira, 44, foi à Argentina.
"Objetividade é importante. A escola [da filha] decidiu o local em que fomos morar."

MAIS ITENS
Não basta pensar no próprio bem-estar. Para os executivos, ele só será obtido com os familiares adaptados.
Executivo da Dalkia, da área de energia, Alexandre Mussallan, 40, faz uma peregrinação com a família, desde 2003, pelo Oriente Médio. Tem passagens por Emirados Árabes Unidos e Bahrein, acompanhado da mulher.
Na Arábia Saudita, contudo, a parceira teve de abandonar trajes ocidentais e usar burca, além de enfrentar falta de convívio com nativos.
"Conseguimos um benefício que permitia viajar uma vez a cada três meses para outro país", diz Mussallan.


Texto Anterior: Proposta em avaliação
Próximo Texto: Quem vai
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.