São Paulo, domingo, 19 de julho de 2009

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opinião

Um plano de estudo para concurso


É fundamental que o candidato defina um objetivo em termos de cargos pretendidos


ROGERIO NEIVA PINHEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O Brasil vive um momento muito interessante na relação entre o mercado de trabalho e o serviço público. Um dos motivos que determinam essa realidade consiste, por um lado, na exigência cada vez maior de eficiência no funcionamento do Estado, associada a uma tendência de profissionalização dos postos de trabalho no setor público, até pelas limitações às diversas formas de nepotismo.
Por outro lado, prevalece a percepção do cargo ou emprego público como alternativa de ocupação profissional, diante do cenário de crise econômica e dispensas em larga escala.
Enquanto as empresas dispensam, o governo contrata. Nas últimas semanas, só para a Secretaria da Receita Federal e a Polícia Rodoviária Federal, houve o anúncio da autorização de concurso público para quase 2.000 vagas, envolvendo cargos que, na média, contam com salários de cerca de R$ 10 mil.
Outro fator que torna essa alternativa interessante está ligado à segurança que um contracheque com estabilidade proporciona. No entanto, o alcance de uma vaga no serviço público exige a aprovação no concurso, o que depende de uma preparação eficiente e adequada.
O primeiro passo voltado à preparação consiste na montagem de um planejamento de estudos. É preciso encarar esse processo como um empreendimento cognitivo-intelectual. Da mesma forma que planejamos a estruturação de uma empresa, é preciso planejar a preparação para o concurso.
Esse planejamento deve ser pensado tanto no plano estratégico como no plano tático. Assim, é fundamental que o candidato defina um objetivo, em termos de cargo ou cargos públicos pretendidos.
O candidato precisa saber como desenvolver uma avaliação pessoal para tomar tal decisão, analisando se o cargo está de acordo com o que ele espera não só para a carreira mas também para a vida pessoal.
Em seguida, o candidato deve estabelecer um programa a ser estudado. O programa consiste em um conjunto de matérias e conteúdos. Cada concurso conta com um programa correspondente, previsto no edital.
Após a definição de um programa, o candidato deve definir como vai se apropriar desses conhecimentos: se partirá para o estudo bibliográfico ou frequentará curso preparatório.
Os dois caminhos têm a sua importância e o seu papel, pois são complementares. No entanto, normalmente, o meio mais eficiente para a apropriação e retenção de informações é o estudo bibliográfico, por meio de leitura e absorção dos conteúdos dos livros que compõem a bibliografia.
No caso, o candidato também precisa fazer um levantamento do tempo disponível e alocar as matérias nas janelas disponibilizadas na grade de estudos.
Como em todas as decisões a serem tomadas, é essencial a preocupação com a eficiência e a racionalidade dessa alocação. Assim, por exemplo, se em determinado horário do dia o candidato conta com maior nível de disposição intelectual e física, deve reservar para esse horário as matérias de maior importância ou maior dificuldade.
Cumpridas essas etapas, o candidato está com o seu plano de estudos montado. É importante que faça uma avaliação do tempo total disponível para o estudo, considerando a previsão de data do concurso, de modo a ter condições de concluir o planejamento de preparação.
O candidato deve se preocupar com a busca de eficiência no processo de aprendizagem e apropriação da informação, ou seja, com as técnicas de estudo que adotará. Entre elas, cita-se a elaboração de resumos, esquemas ou mapas mentais.
Outra preocupação fundamental deve ser a criação e o monitoramento de condições emocionais de execução do plano de estudos, tais como motivação, crença na aprovação e disciplina. A meta de encontrar o nome na lista de aprovados representa um processo árduo e desgastante, que exige por parte do candidato a compreensão de como trabalhar o lado emocional da preparação.
Mesmo com todos os sacrifícios para a aprovação, o fundamental é compreender que o concurso público é um dos mais democráticos meios de acesso aos cargos e empregos públicos, disponível a todos. Basta saber como se preparar.


ROGERIO NEIVA PINHEIRO, juiz do Trabalho, é especialista em preparação para concursos e autor de "Concursos Públicos e Exames Oficiais: Preparação Estratégica, Eficiente e Racional".

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