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SONHANDO ALTO
Crise acirra competição de graduandos pelas vagas
Sem congelar programas de trainee, firmas podem contratar menos
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise econômica que ebuliu
nas últimas semanas deve acirrar ainda mais a concorrência
dos graduandos por uma vaga
no mercado de trabalho.
Na visão de Rodolfo Eschenbach, líder de prática de consultoria da Accenture, as firmas
vão reduzir as contratações.
"Se antes as empresas selecionavam três pessoas, agora será
apenas uma: a melhor."
Por isso características como
formação e competências desenvolvidas falarão alto.
"As grandes empresas ainda
não congelaram seus programas de trainee. Há uma crise de
talentos e, quando um bom
candidato aparece, as empresas
não hesitam em contratá-lo",
destaca Sofia Esteves, presidente do Grupo DMRH.
A consultora de carreira da
Carrer Center Cláudia Monari
faz coro e afirma que, por ser
mais barato do que o dos executivos, o mercado de trabalho
dos trainees será pouco afetado. "Mas a crise vai atingir todos de uma maneira geral."
Sem euforia
A visão pessimista sobre o
cenário atual também engloba
os formandos, segundo Rodolfo
Eschenbach. "Quando fizemos
o estudo, em março, foi constatado que 43% dos estudantes
brasileiros não se preocupavam com a desaceleração da
economia. Se a pesquisa fosse
feita hoje, o número seria bem
maior", pondera.
Eschenbach explica que, no
início do ano, o momento econômico era de muita euforia.
"Tanto que 71% dos graduandos disseram acreditar que
conseguiriam um trabalho
três meses após a conclusão
do curso."
Realidade que não fez parte
da vida de Luciana Nishiyama,
22, que se formou em enfermagem pela Universidade Norte
do Paraná no ano passado e
está buscando emprego.
As soluções que ela elegeu
são aceitar um salário mais baixo do que o pretendido quando
se formou ou se mudar para
cidades próximas, onde a competição é menor.
Já para Daniel Bruzeguez,
22, que está no último ano de
administração da FEA-USP, a
crise é uma oportunidade de
mostrar talentos. "É um desafio e terei de provar que sou
melhor do que os outros concorrentes", prevê.
E, para se destacar, a preparação é essencial, de acordo
com Sofia Esteves, da DMRH.
"Não basta ter apenas o
domínio de um idioma. O que
faz a diferença em um candidato é a sua atitude, como ter iniciativa ou saber lidar com as
frustrações no trabalho", diz.
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