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INGLÊS
Fluência só vem com prática de conversa
Um dia de imersão também ajuda a destravar a língua ao bater papo
DENISE RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Arriscar umas palavrinhas
no idioma consagrado como
universal é fácil. Duro -mas
desejável em qualquer currículo- é ter fluência em inglês.
Se a língua é um fenômeno
oral, a proficiência só vem no
ambiente de sua cultura, onde
se convive com situações reais
de comunicação. Essa é a tese
de Ricardo Schütz, professor
com mestrado em TESL (sigla
para Ensinando Inglês como
Segunda Língua).
Sem saber inglês até os 27
anos, tornou-se bilíngüe "sem
estudo formal", com a assimilação natural, conceito da lingüística baseado no processo
de aquisição do idioma materno por crianças. "Reaprende-se
a estruturar o pensamento na
forma da nova língua", diz.
Nas aulas, não basta dominar
tempos verbais e construir frases gramaticalmente corretas.
É preciso prestar muita atenção à pronúncia, especialmente
ao começar a ler em inglês.
"Na falta de modelo apropriado para falar, assimila-se
pronúncia baseada nas regras
da língua-mãe. A maioria das
escolas negligencia a formação
da matriz fonológica do inglês,
primeiro passo para fluência."
Seu projeto educacional on-line (www.sk.com.br), gratuito, tira dúvidas e tem professores voluntários de várias partes
do mundo, fórum de debates e
larga produção científica sobre
assimilação natural.
Imersão
Quem precisa de um pronto-socorro em fluência pode recorrer aos cursos de imersão
em vários formatos -desde final de semana até conversação
por telefone.
A Folha foi conferir a aula da
Berlitz, dona da marca "imersão total". Das 9h às 18h, cinco
professores se revezaram propondo diálogos e situações ligados a temas de interesse.
Não se permite falar português. Até na hora do almoço
um professor acompanha o
aluno para incentivá-lo a destravar a língua. Funciona. Apesar da exaustão, no meio da tarde, dá para pensar em inglês e
defender pontos de vista em
conversas informais.
Mesmo afinada com a gramática, a farmacêutica Vanessa
Lunardelli, 30, conta que sente
receio ao falar inglês. E precisa
usá-lo em seu trabalho na AI-3
Latin America, multinacional
norte-americana: contata hospitais e clínicas e os treinamentos para médicos são em inglês.
A empresa tem convênio
com a Alumni para oferecer
cursos. "Sinto melhora no uso
de estruturas verbais complexas. Para escrever dá tempo de
pensar; para falar, não", diz.
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