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MANDARIM
Dominar o idioma facilita negociações
Para melhorar a parceria com os chineses, profissional deve assimilar a cultura e a etiqueta do país
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
De olho na China, Gerdau,
Vicunha, IBM, Votorantim,
HSBC e Suzano são algumas
das empresas que valorizam o
aprendizado do mandarim -e
têm convênio com as duas
principais escolas de São Paulo.
Apesar do esforço, ninguém
tem a ilusão de que um ano de
aprendizado capacite o profissional a fechar contratos nessa
língua, cuja estrutura parece
intransponível para ocidentais.
Ainda assim, há motivos para
tentar ao menos arriscar-se a
aprender. Em alta, o idioma vira diferencial na hora de fechar
negócios com emissários da
China, um dos maiores mercados do mundo.
A hegemonia do inglês segue
incontestável, nota Ming
Tsung Wu Ming, diretor e professor da NinHao Centro de
Idioma e Cultura, que faz teste
de proficiência em chinês para
empresas de RH e consultoria.
"O mandarim é mais um facilitador para quem pretende fazer parceria ou vender para chineses, que se orgulham muito
de sua língua e suas tradições.
Um executivo que fale mandarim é valorizado, mas deve entender bem a cultura e a etiqueta de negociação", alerta Ming.
Chegar atrasado sem avisar,
criticar a política chinesa e interromper quem está falando
são gafes imperdoáveis, assim
como dar presentes indevidos.
"Boné verde" é sinônimo de
"marido traído" e "relógio de
parede" tem o som em mandarim a "ir a um velório".
Múltiplos significados
Aprender a diferenciar os
múltiplos significados de uma
palavra é outro desafio. "Há
quatro tons. Dependendo da
entonação, a palavra "ma", por
exemplo, significa mãe, maconha, cavalo ou xingar. E, usada
no final da sentença, indica que
é interrogativa", explica Ming.
Os alunos aplicados têm resultados: em dois anos, já conseguem manter uma conversa,
dar opiniões e elaborar textos
simples em ideograma.
O administrador Murillo Diniz, 27, considera valiosos os
dois meses de curso que fez antes de embarcar para Xangai,
onde trabalha há mais de um
ano no escritório de representação da VCP (do grupo Votorantim). Responsável por operações logísticas na Ásia, põe o
mandarim em prática em visita
a portos chineses. "O esforço é
muito admirado e respeitado
pelos chineses", avalia.
Segundo ele, são raros os ocidentais no país que conseguem
falar mandarim com naturalidade. "Passam de seis a oito horas por dia estudando durante
dois anos antes de ter fluência."
O estudo se resume quase
sempre à conversação, porque
escrever é difícil. Para o administrador, o inglês tem vida longa como língua de negócios e é
cada vez mais estratégico para
novas gerações de chineses.
O segredo para completar o
aprendizado complexo é ter paciência. Nada de "píqì" (pronuncia-se pitchí), possivelmente a única palavra coincidente em português e em mandarim.
(DR)
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