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JAPONÊS
Compreensão da cultura oriental é o 1º passo
Características como aplicação aos estudos e paciência são essenciais
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais do que uma comemoração, ao projetar o intercâmbio
bilateral, o centenário da imigração japonesa é um incentivo
para quem quer estudar japonês e aproveitar as oportunidades no mercado de trabalho.
Especialmente para quem trabalha na área de comércio.
Há quem já esteja de olho na
alta da demanda pelo idioma.
A estudante de direito Yuri Kuroda Nabeshima, 21, aprende a
língua há oito anos e está em
busca de um estágio em que
possa aplicar esse diferencial.
"Já perdi uma vaga de trabalho porque queriam alguém
que falasse e escrevesse em japonês", lembra a estudante.
O idioma conta com três tipos de caractere: o "kanji", de
origem chinesa; o "hiraganá",
de origem japonesa; e o "katakaná", um alfabeto que adapta
palavras de origem estrangeira.
"A escrita é a parte mais difícil; leva tempo até se acostumar
ao uso de ideogramas e ao estilo", opina o estudante de história Felipe Augusto Motta, 22,
que faz japonês há sete anos.
A dificuldade para tornar-se
proficiente é um dos empecilhos do idioma. De acordo com
os especialistas, antes de aplicá-lo aos negócios, é essencial
ter o aprendizado básico, o que
pode levar até três anos.
"Para ter habilidade de usá-lo
nos negócios, é preciso aprender sua base", diz a coordenadora de cursos da Lótus Idiomas, Paula Regina Ricardo.
Algumas dicas para o aprendizado não diferem do que é
habitual em qualquer idioma:
ouvir músicas, assistir a filmes
e ler -por exemplo, mangás.
Interferência cultural
Apesar de ser cara, uma viagem ao Japão a fim de vivenciar
os costumes locais faz a diferença. "[No caso do japonês,]
não dá para pensar na língua de
uma forma desconectada da
cultura", explica Mayumi Kawamura Madueno Silva, diretora do colégio Oshiman, que
alfabetiza os alunos no idioma.
A sociedade japonesa é hierárquica e a estrutura gramatical usada para se dirigir a um
idoso, a um superior ou a um
amigo é diferente. É como se
fossem aprendidos idiomas diferentes, pois é preciso utilizar
o vocabulário de acordo com o
receptor da mensagem.
"Sem compreender a estrutura da sociedade japonesa, que
tem hierarquia vertical, não é
possível entender o funcionamento do idioma", diz Silva.
Também não há distinção
entre o masculino e o feminino.
"É preciso entender o contexto", esclarece a coordenadora
pedagógica da Aliança Cultural
Brasil-Japão Akiko Kurihara.
Ser extrovertido também pode ser vantajoso para começar a
falar mais rápido. "Como têm
receio de falar errado, as pessoas acabam não praticando",
diz a coordenadora do idioma
na Kumon, Masayo Kobayashi.
Kobayashi calcula em cinco
meses o tempo para estar apto
a ter uma conversação inicial.
Uma coisa é certa: para aprender japonês, é preciso desenvolver a paciência oriental.
(MB)
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