São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JAPONÊS

Compreensão da cultura oriental é o 1º passo

Características como aplicação aos estudos e paciência são essenciais

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais do que uma comemoração, ao projetar o intercâmbio bilateral, o centenário da imigração japonesa é um incentivo para quem quer estudar japonês e aproveitar as oportunidades no mercado de trabalho. Especialmente para quem trabalha na área de comércio.
Há quem já esteja de olho na alta da demanda pelo idioma. A estudante de direito Yuri Kuroda Nabeshima, 21, aprende a língua há oito anos e está em busca de um estágio em que possa aplicar esse diferencial.
"Já perdi uma vaga de trabalho porque queriam alguém que falasse e escrevesse em japonês", lembra a estudante.
O idioma conta com três tipos de caractere: o "kanji", de origem chinesa; o "hiraganá", de origem japonesa; e o "katakaná", um alfabeto que adapta palavras de origem estrangeira.
"A escrita é a parte mais difícil; leva tempo até se acostumar ao uso de ideogramas e ao estilo", opina o estudante de história Felipe Augusto Motta, 22, que faz japonês há sete anos.
A dificuldade para tornar-se proficiente é um dos empecilhos do idioma. De acordo com os especialistas, antes de aplicá-lo aos negócios, é essencial ter o aprendizado básico, o que pode levar até três anos.
"Para ter habilidade de usá-lo nos negócios, é preciso aprender sua base", diz a coordenadora de cursos da Lótus Idiomas, Paula Regina Ricardo.
Algumas dicas para o aprendizado não diferem do que é habitual em qualquer idioma: ouvir músicas, assistir a filmes e ler -por exemplo, mangás.

Interferência cultural
Apesar de ser cara, uma viagem ao Japão a fim de vivenciar os costumes locais faz a diferença. "[No caso do japonês,] não dá para pensar na língua de uma forma desconectada da cultura", explica Mayumi Kawamura Madueno Silva, diretora do colégio Oshiman, que alfabetiza os alunos no idioma.
A sociedade japonesa é hierárquica e a estrutura gramatical usada para se dirigir a um idoso, a um superior ou a um amigo é diferente. É como se fossem aprendidos idiomas diferentes, pois é preciso utilizar o vocabulário de acordo com o receptor da mensagem.
"Sem compreender a estrutura da sociedade japonesa, que tem hierarquia vertical, não é possível entender o funcionamento do idioma", diz Silva.
Também não há distinção entre o masculino e o feminino. "É preciso entender o contexto", esclarece a coordenadora pedagógica da Aliança Cultural Brasil-Japão Akiko Kurihara.
Ser extrovertido também pode ser vantajoso para começar a falar mais rápido. "Como têm receio de falar errado, as pessoas acabam não praticando", diz a coordenadora do idioma na Kumon, Masayo Kobayashi.
Kobayashi calcula em cinco meses o tempo para estar apto a ter uma conversação inicial. Uma coisa é certa: para aprender japonês, é preciso desenvolver a paciência oriental. (MB)


Texto Anterior: Cursos
Próximo Texto: Cursos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.