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GIZ À MÃO
Governo planeja a criação de 20 mil vagas em 5 anos
Novo título, o de professor-associado, dá fôlego aos que já são docentes
ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os próximos anos prometem
mais oportunidades a professores que estão de olho em fazer
carreira em universidades federais. O MEC (Ministério da
Educação) pretende oferecer,
até 2012, de 10 mil a 20 mil vagas para professores nessas instituições públicas.
"É uma área em que há novas
oportunidades de trabalho. [A
universidade] atende só 11%
dos jovens, mas determinamos
que atinja 30%", anuncia o secretário de Educação Superior
do MEC, Ronaldo Mota, em referência ao programa para expansão e interiorização de instituições de ensino no país.
Para Paulo Rizzo, presidente
do Andes (Sindicato Nacional
dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior), a notícia é
animadora, mas preocupante.
"Para isso, o MEC quer aumentar a relação aluno/professor
em sala de dez para 18. Ou seja,
aumentar a carga de trabalho."
O incentivo à carreira docente, na esfera federal, não vem
apenas da criação de vagas nas
universidades públicas.
Há um ano, foi criada uma
nova classe, a de professor-
associado, uma etapa entre o
professor-adjunto e o titular.
Até então, a trajetória acadêmica estava restrita a apenas
quatro classes: auxiliar, assistente, adjunto e titular. Para
chegar ao topo, levava-se mais
de 20 anos.
A primeira, para docentes
sem mestrado; a segunda, para
os mestres; o posto de adjunto,
para os que têm título de doutor; e titular, para os doutores
que se submetem a novo concurso, quando há vagas.
Ou seja, ao ingressar na instituição como auxiliar, o educador titulava-se em paralelo à
docência, o que lhe conferia
perspectiva de progresso.
"Como hoje a maioria dos
professores contratados já entra doutor [adjunto], em seis
anos chegava-se ao topo da carreira e ficava [à espera de vaga
para titular]", assinala Rizzo.
Salto na carreira
A novidade provocou uma
"extensão" na carreira docente
e um salto salarial, renovando o
fôlego dos professores.
Contudo, Soraya Smaili, professora-associada da Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo) e diretora da Adunifesp
(associação dos docentes), diz
que o impacto é "insuficiente".
"Na Unifesp, a maioria dos
adjuntos tornou-se associada.
Mas continuamos com o plano
de carreira achatado", diz ela,
que, aos 42, já tem titulação e
status para candidatar-se a
uma vaga como titular, mas não
sabe quando haverá concurso.
"Não posso dizer se e quando
vou progredir, mas ainda tenho
30 anos de trabalho."
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