São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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GIZ À MÃO

Governo planeja a criação de 20 mil vagas em 5 anos

Novo título, o de professor-associado, dá fôlego aos que já são docentes

ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os próximos anos prometem mais oportunidades a professores que estão de olho em fazer carreira em universidades federais. O MEC (Ministério da Educação) pretende oferecer, até 2012, de 10 mil a 20 mil vagas para professores nessas instituições públicas.
"É uma área em que há novas oportunidades de trabalho. [A universidade] atende só 11% dos jovens, mas determinamos que atinja 30%", anuncia o secretário de Educação Superior do MEC, Ronaldo Mota, em referência ao programa para expansão e interiorização de instituições de ensino no país.
Para Paulo Rizzo, presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a notícia é animadora, mas preocupante. "Para isso, o MEC quer aumentar a relação aluno/professor em sala de dez para 18. Ou seja, aumentar a carga de trabalho."
O incentivo à carreira docente, na esfera federal, não vem apenas da criação de vagas nas universidades públicas.
Há um ano, foi criada uma nova classe, a de professor- associado, uma etapa entre o professor-adjunto e o titular.
Até então, a trajetória acadêmica estava restrita a apenas quatro classes: auxiliar, assistente, adjunto e titular. Para chegar ao topo, levava-se mais de 20 anos.
A primeira, para docentes sem mestrado; a segunda, para os mestres; o posto de adjunto, para os que têm título de doutor; e titular, para os doutores que se submetem a novo concurso, quando há vagas.
Ou seja, ao ingressar na instituição como auxiliar, o educador titulava-se em paralelo à docência, o que lhe conferia perspectiva de progresso.
"Como hoje a maioria dos professores contratados já entra doutor [adjunto], em seis anos chegava-se ao topo da carreira e ficava [à espera de vaga para titular]", assinala Rizzo.

Salto na carreira
A novidade provocou uma "extensão" na carreira docente e um salto salarial, renovando o fôlego dos professores.
Contudo, Soraya Smaili, professora-associada da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e diretora da Adunifesp (associação dos docentes), diz que o impacto é "insuficiente".
"Na Unifesp, a maioria dos adjuntos tornou-se associada. Mas continuamos com o plano de carreira achatado", diz ela, que, aos 42, já tem titulação e status para candidatar-se a uma vaga como titular, mas não sabe quando haverá concurso.
"Não posso dizer se e quando vou progredir, mas ainda tenho 30 anos de trabalho."


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