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Setor de Petróleo e gás
lidera concessão de visto
Aquecimento da área impulsiona ingresso de profissionais estrangeiros
Rodrigo Capote/Folhapress
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O mexicano Francisco Lara, CEO da Softtek, em São Paulo
DE SÃO PAULO
O aquecimento do mercado de petróleo e gás está refletido no aumento de autorizações de trabalho a estrangeiros no Brasil. O setor é o
que lidera as solicitações
desse tipo de visto neste ano.
Segundo o Ministério do
Trabalho, nesse segmento,
elas passaram de 33% em
2009 para 45,5% no primeiro
trimestre deste ano.
"A redução [de 2,5% nas
autorizações de 2008 a 2009]
não foi menor porque a participação de petróleo e gás
cresceu -houve intensificação de investimentos", afirma Paulo Sérgio de Almeida,
da Coordenação Geral de
Imigração do ministério.
Parte desses trabalhadores vem a bordo de embarcações estrangeiras para trabalhar especialmente no Rio de
Janeiro, Estado que lidera os
pedidos de autorização. A tripulação acompanha equipamentos que não existem no
Brasil, diz ele. Daí a necessidade de contar com mão de
obra estrangeira qualificada.
A perspectiva para este
ano, afirma Almeida, é que
haja aumento no número
de solicitações de visto, "seguindo tendência de alta nos
investimentos no país".
Com o aquecimento, outros setores, como o eletroeletrônico, o automotivo, o siderúrgico e o de telefonia,
também voltam a puxar estrangeiros para o Brasil.
"Construção, engenharia e
petróleo, em que a demanda
é brutal, carecem de mão de
obra especializada", diz o
professor do IESE Business
School Paulo Ferreira.
Segundo ele, o mercado
brasileiro é atraente para os
estrangeiros, pois os salários
em reais são compatíveis
com os em euro e dólar.
AO REDOR DO MUNDO
Estados Unidos e Reino
Unido são os países que lideram as autorizações de visto
de trabalho. Filipinas vem
em terceiro -é de lá que vem
boa parte dos tripulantes das
embarcações estrangeiras.
James Wright, da FIA
(Fundação Instituto de Administração), diz que metade
da turma de MBA Internacional da instituição é formada
de americanos e europeus.
"Boa parte vem com a ideia
de ficar", considera.
O franco-americano Fabrice Wormus é um dos que pretendem permanecer aqui.
Nesta semana, começou como analista de produto na
Ticket -depois de ter estagiado e feito trainee no país.
Segundo ele, seu salário
hoje é de 10% a 20% maior do
que o que recebia em Paris.
Seu visto de trabalho é válido por 24 meses. "Gostaria
de ficar. Gosto da forma do
trabalho -faço minha própria gestão- e da interação
com a equipe." Depois,
acrescenta: "E também dos
feriados prolongados".
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