Folha acompanha jornada de uma concursada do Ministério Público

JORDANA VIOTTO
DE SÃO PAULO

Segunda-feira, 10h43. A procuradora Silvana Valladares, 47, chega ao 12º andar do edifício do Ministério Público do Trabalho paulista.
Na sua agenda do dia, de inabitual apenas consta o encontro com a reportagem da Folha, que acompanhou uma jornada de trabalho de Valladares com o intuito de revelar a rotina de um procurador (leia mais ao lado).
Seu primeiro compromisso é uma audiência com representantes de diversas instituições a fim de discutir recomendações para os trabalhadores em relação a possíveis surtos da gripe H1N1.
O papel de Valladares é avaliar a situação atual a partir dos dados trazidos pelos participantes e propor medidas que visem a proteger os profissionais.
O encontro dura duas horas e transcorre com tranquilidade. "Mas há casos em que o clima esquenta e temos de intervir", afirma.
Saber mediar conflitos e articular parcerias com representantes da sociedade são competências bem-vindas para quem pretende atuar como procurador.
Também é preciso ser multidisciplinar, pois lida-se com aspectos diversos do direito e com outras disciplinas. "Leio muito e faço cursos constantemente."
A estabilidade da esfera pública e os efeitos práticos de atuação foram estímulos para optar por essa carreira, conta Valladares.

DESCOMPRESSÃO
Silvana é do tipo que prefere usar a manhã para fazer ginástica e resolver pendências de casa. Seu dia começa 12h e vai até 22h ou 23h.
Nesse expediente, a agenda comporta reuniões, audiências e visitas a empresas e instituições investigadas.
O ponto de partida do procurador do Trabalho pode ser uma denúncia de terceiros ou observações próprias. Identificando condições inadequadas de trabalho, busca acordo com o empregador. Se há recusa, toma as medidas judiciais necessárias.
"É desgastante", resume. Para alivar o estresse, ela costuma ver as partidas do São Paulo no Morumbi. "Posso gritar e libero a tensão."


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