COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os objetivos -formar mão-de-obra qualificada e aprender na prática- são os mesmos. O público-alvo -jovens estudantes com pouca ou nenhuma experiência profissional-, também. Até a legislação que os rege -a Lei do Estágio- é igual. Mas as coincidências entre estagiários de níveis técnico e superior param por aí.
Entre um tipo de estágio e outro, mudam-se os benefícios, a bolsa-auxílio, as responsabilidades e a tarefa a ser realizada.
A primeira diferença surge no mural de vagas: boa parte das ofertas de estágio técnico provém de firmas de médio porte, aponta Ivone Lainetti, do Centro Paula Souza. Nas faculdades, o domínio, em geral, é das grandes.
Em termos financeiros, a bolsa-auxílio para jovens de nível técnico fica cerca de 30% abaixo da paga a universitários.
Enquanto fazia o curso técnico em eletrotécnica no Cefet-SP (Centro Federal de Educação Tecnológica) e estagiava na Cushman & Wakefield, Elimarcos Hikake, 21, recebia aproximadamente R$ 900 mensais.
Hoje estudante do curso tecnólogo em sistemas elétricos na mesma instituição e estagiário na mesma empresa, Hikake diz receber cerca de R$ 1.200.
As funções que os estagiários desempenham também são outras. "No estágio técnico, eu fazia coisas mais simples e mais específicas", compara Hikake. "A área de atuação pode ser a mesma, mas o grau de conhecimento é bastante diferente."

Maturidade
Os contrastes são em parte explicados pela diferença de maturidade, segundo Arnaldo Borges, diretor de extensão do Cefet-SP: "A idade do estudante de engenharia tende a ser maior, o que influencia como ele vê o mundo do trabalho".
Rafael Lucas Vidotti, 17, estudante da Escola Técnica Jorge Street, divide seu dia entre o ensino médio, o curso técnico e o estágio na construtora Zachi.
Apesar da agenda cheia, Vidotti diz conseguir manter um bom desempenho nos estudos e na atividade profissional. "Como trabalho e curso se encontram no estágio, aprender torna-se uma tarefa mais fácil."
(DIOGO BERCITO)

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