São Paulo, domingo, 20 de julho de 2008

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sua carreira

Dedicação antecede a erudição em orquestras

Apesar de pequeno, mercado para músicos abre oportunidades no país

IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O público que for apreciar as atrações do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, que encerra sua 39ª edição no próximo domingo, pode contar que, por detrás dos acordes refinados e afinados das orquestras, estão anos e mais anos de estudo e de dedicação dos instrumentistas.
"Quando você entra numa orquestra de música erudita, assume uma rotina séria de ensaio", conta a violinista Bárbara Galante, 17, que tocou no festival em orquestra de câmara de instrumentos de corda.
Há 12 anos, Galante se dedica ao violino. Mais adiante, diz, irá se aperfeiçoar no exterior.
Movimentos como a reestruturação da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), iniciada há mais de uma década, permitiram que músicos vislumbrassem seguir carreira no cenário erudito.
"Há um mercado de trabalho. As orquestras, tendo melhorado em qualidade, são reconhecidas pelas suas entidades mantenedoras", comenta a coordenadora pedagógica da ULM (Universidade Livre de Música), Aída Machado.
Ainda assim, o maestro João Maurício Galindo aponta que no Brasil há "muita mobilidade entre os músicos eruditos".
"Mesmo atuando em orquestras profissionais, têm de se dividir em outras atividades. Trompetistas são muito requisitados para casamentos", exemplifica Galindo, que é diretor artístico-pedagógico da Orquestra Jovem do Estado.
As orquestras jovens, como as da Osesp, da ULM e da Orquestra Sinfônica Brasileira, costumam ser a porta de entrada dos novos talentos. Para essas seleções, geralmente são abertos editais, em determinados períodos do ano, e os aprovados recebem bolsa de estudo.

Acordes da carreira
As orquestras sinfônicas profissionais também realizam concursos para preencher seus quadros. A posição mais importante numa orquestra -após o regente- é a do "spalla", ou o primeiro violino, que é o "gerente musical" da orquestra.
Ao longo da carreira, dentro de cada naipe de instrumentos, o músico se aprimora e galga passos para a primeira posição.
"Quem está na última fila está menos preparado", explica Machado.


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