Estudo compara práticas de RH em 29 países e será apresentado no Conarh, que começa na terça-feira

CÁSSIO AOQUI
EDITOR-ASSISTENTE DE EMPREGOS E NEGÓCIOS

Começa na terça-feira, em São Paulo, o 32º Conarh (Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas), um dos principais eventos voltados para profissionais de RH (recursos humanos) na América Latina. Com o tema "transformar para competir", o congresso deste ano trará como novidades o Fórum de Dirigentes de RH da América Latina, cujo objetivo é aproximar culturas e incentivar a circulação de talentos entre os países da região, e o Fórum Acadêmico, que procurará alinhar o conhecimento ensinado nas salas de aula às expectativas do mercado. Paralelamente, acontecerá a Expo ABRH 2006, feira em que serão apresentados produtos e serviços específicos para a área. Entre os expositores, estão confirmados Apdata (tecnologia da informação), Franquality (treinamentos), ID Projetos Educacionais e Idort (cursos), Manpower (recrutamento) e ProPlay (terceirização). Na lista dos principais destaques internacionais do evento figuram nomes como Dianna Booher, norte-americana especialista em comunicação; Simon Dolan, consultor em gestão por valores; Paul Platten, diretor da Watson Wyatt internacional; e Robert Levering, co-fundador do Great Place to Work Institute, que apresentará estudo comparando as melhores práticas de empresas em 29 países pesquisados. Em entrevista exclusiva à Folha, por telefone, Levering enfatiza, diversas vezes, que os programas oferecidos por empresas brasileiras figuram entre os melhores do mundo. Leia, a seguir, trechos da conversa, em que Levering antecipa detalhes de sua palestra.  

FOLHA - Como figura o Brasil em termos de gestão de pessoas entre os 29 países pesquisados?
ROBERT LEVERING - Em geral, podemos dizer que as melhores práticas de recursos humanos no Brasil estão niveladas com os Estados Unidos e a Europa, por exemplo. Não há diferenças significativas nas pontuações das empresas que estão listadas no ranking das cem melhores.

FOLHA - Então, é correto afirmar que o Brasil se destaca na área de RH em relação à média mundial?
LEVERING - É possível afirmar isso se fecharmos o espectro para empresas com as melhores práticas. Um exemplo brasileiro é a rede Magazine Luiza.

FOLHA - E quão melhor é o desempenho efetivo dessas companhias no topo da lista?
LEVERING - Nos Estados Unidos, por exemplo, em comparação com o índice da S&P 500 [Standard&Poors], elas apresentam desempenho três vezes superior em termos de ROI [retorno sobre investimento].

FOLHA - Ainda que as práticas de RH sejam bem desenvolvidas aqui, sempre que há estudos comparando o nível de competitividade das empresas brasileiras, o país tem resultados medíocres. Por quê?
LEVERING - Há inúmeros outros fatores, como educação, que levam a isso. O importante é que cada empresa encontre seu próprio caminho da competitividade, pois é nítido que os setores que têm políticas progressivas são mais eficientes.


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