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NOVOS RUMOS
Atentados aos EUA e à Espanha e preço do dólar e do euro fazem estudantes rever esses destinos
Preço e terrorismo mudam rota de intercâmbio
RAFAEL ALVES PEREIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Malta e África do Sul caíram nas
graças dos intercambistas interessados em aprender inglês, assim
como Argentina, Cuba e Equador, países emergentes no ca-
tálogo das operadoras que oferecem cursos de espanhol.
Questões financeiras (custo do
dólar e do euro) e ideológicas (dificuldade para obtenção do visto e
medo de atentados terroristas),
além da busca por lazer, deram
fôlego a países que até então estavam fora do circuito tradicional.
"O atrativo de Malta é ser uma
região de colonização inglesa em
pleno mar Mediterrâneo, perto da
costa da Itália e da Grécia", diz
Alan Mintelmão, da Just Intercâmbios. O clima foi o que atraiu
a economista Adriana Ribeira, 29.
"Gosto de lugares exóticos. Pensei
no Canadá, mas, além de achar
pouco interessante, não queria
passar frio", diz ela.
Os estudantes brasileiros "descobriram" a ilha de Malta há pouco tempo, e a procura tem crescido bastante. Segundo a Belta
(Brazilian Educational & Language Travel Association), o número
de estudantes brasileiros que foram ao país dobrou desde 2002.
A África do Sul também entrou
no circuito recentemente e promete repetir o fenômeno que
ocorreu com a Austrália nos anos
90, quando o país se juntou à rota
de intercâmbio. A opção de fazer
safáris e de visitar uma praia cheia
de pingüins, programa obrigatório para quem vai à Cidade do Cabo, conta pontos a favor.
África do Sul, Malta e alguns
países latino-americanos apresentam, além de estabilidade social, custos mais baixos. O pacote
do curso de um mês em Malta,
com passagem, hospedagem e alimentação, chega a custar a metade de um equivalente em San Diego, nos EUA.
Em baixa
Logo depois dos atentados de 11
de setembro, as agências registraram uma queda de 30% nas viagens para os Estados Unidos;
atualmente, a procura pelo país
ainda está 5% mais baixa que em
2001, antes dos ataques. Exigências para a obtenção do visto e o
fantasma do terrorismo, que ainda ronda o país, são algumas das
razões. "Não apóio a política americana nem os milhões de empecilhos que eles colocam para conceder o visto", diz Fabiana Wada,
26, que optou pela África do Sul.
Já o Canadá, que nos anos 90 se
firmou como alternativa para o
ensino de inglês, registrou queda
de 15% no ano passado por causa
dos focos de gripe asiática em Toronto. "Em 1999, com a valorização do dólar, as pessoas passaram
a procurar locais com preços mais
baixos e câmbio favorável", diz
Cesar Bastos, da agência Integrity.
Na Espanha, o medo de novos
atentados terroristas pode fazer
com que o país seja preterido.
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