São Paulo, domingo, 21 de março de 2010

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EXECUTIVO DE ALUGUEL

Empresas miram gestor temporário

Áreas de finanças, marketing, recursos humanos e vendas são as que mais recrutam

Filipe Redondo/Folha Imagem
O ex-gestor temporário Renato Romano, que foi contratado após experiência de sete meses

SILVIA HAIDAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eles são responsáveis por colocar nos eixos uma empresa que passa por um período de crise ou de crescimento desordenado. Mas têm prazo para isso. Terminado o período, quando já a deixaram em ordem, partem para uma nova missão, em outro local.
Conhecidos como executivos temporários ou gestores interinos, eles têm sido recurso de empresas de médio porte -que buscam pessoas experientes mas não possuem capital para mantê-las- e de multinacionais que vão desenvolver projetos por um tempo definido.
Segundo Aline Freitas, consultora da Michael Page, que abriu em maio de 2009 um departamento exclusivo para recrutar gestores interinos, a demanda por esses profissionais cresceu 35% neste ano. A maior parte é para as áreas de finanças, marketing, recursos humanos e de vendas.
"A empresa pode precisar de uma pessoa para desenvolver e reestruturar o departamento financeiro, um gerente de marketing para fazer a firma crescer ou ainda um executivo para administrar os departamentos de produção e os de vendas", exemplifica Leonardo Toscano, da consultoria Excelia.
O mercado está em alta, mas determina alguns pré-requisitos para a contratação desse tipo de profissional, diz Freitas. Segundo ela, muita experiência e capacidade de resolver qualquer problema na área de competência são fundamentais. "A formação, como ter MBA, vale pontos", acrescenta.

Aventura
Além de conhecimento, é necessário ter espírito aventureiro, considera Toscano.
A afirmação deve-se às condições de trabalho desses profissionais: chegam a uma empresa que passa por crise, traçam um plano para resolver os problemas, lidam com uma equipe desconhecida, sem criar alianças, e partem.
Marcelo Spirandelli, 32, que trabalha como gestor interino na área financeira de duas companhias, afirma que, para seguir nessa carreira, é preciso "ter apetite para brigar e tirar a empresa da inércia", não desejar ter rotina e gostar de se deparar com situações inusitadas.
"Quando o projeto é temporário, não há obstáculos para mudança", opina o gestor.
No entanto, começar como interino em uma empresa pode funcionar como porta para a contratação. Foi o que aconteceu com Renato Romano, 26.
Motivado pela segurança de um emprego fixo, ele aceitou a proposta para ser efetivado na área administrativa da Metroqualy, empresa especializada em moldes e ferramentas, na qual atuou como interino por sete meses, antes de ser contratado, em janeiro de 2009.
"É algo mais garantido do que correr o risco de ficar em casa quando não há clientes."
A situação de Romano não é exceção. "É comum a empresa gostar do profissional e decidir ficar com ele. Acontece em 40% dos casos", destaca Freitas.


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