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saúde corporativa
Acidentes com causa ignorada chegam a 6%
Alta se acentuou nos últimos anos; Previdência culpa empresários
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados do Ministério da Previdência Social mostram que
43.155 acidentes registrados
em 2008 têm origem desconhecida. Esse é o último ano
com informações disponíveis e
reforça um quadro de alta nesses casos, iniciada em 2005.
O número representa 5,7%
do total. Em 2005, foram 9.929
ignorados -2% do total.
Classificados como origem
"ignorada" na divisão de setores (agricultura, indústrias,
transformação e serviços), esses acidentes não têm custo a
mais para as empresas, como
prevê a nova legislação -em
que o aumento dos casos acarreta tributação maior.
A Previdência afirma que os
casos têm origem desconhecida "por falta de preenchimento
do CNPJ ou da CNAE [Classificação Nacional de Atividades
Econômicas]" pelas firmas. "O
que só beneficia as empresas,
que serão excluídas [de uma
maior taxação]", afirma Remígio Todeschini, diretor do Departamento de Políticas de
Saúde e Segurança Ocupacional do ministério. O CNPJ
identifica a empresa, e o CNAE
indica a área de atuação dentro
do segmento.
O ônus, então, não é computado porque as identificações
do setor são as mesmas que
permitem o reconhecimento
da empresa, explica.
Todeschini diz que o envio de
informações erradas à Previdência pode ser considerado
crime de falsidade ideológica.
Na opinião de Pérsio Dutra,
diretor do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos
Ambientes de Trabalho), os
empregados desconhecem a
necessidade de checar a documentação sobre seus acidentes.
Muitas vezes, argumenta, o
funcionário recebe um envelope da empresa e o entrega ao
INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) sem abri-lo. "Ele
nem sabe que tem direito a essa
informação e acha que, se mexer no papel, vai ser prejudicado", diz Dutra.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria), que se posiciona contra a metodologia
adotada pela Previdência para
o aumento de tributação em casos de acidente de trabalho, não
tem um parecer sobre os casos
de origem desconhecida.
"Não tenho o que dizer sobre
isso sem uma informação mais
clara, se é um problema operacional da Previdência, que não
faz validações, ou se é culpa das
empresas, o que me parece estranho", argumenta Emerson
Casali, que representa a entidade no Conselho Nacional de
Previdência Social.
(AL)
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