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RUMO AO TOPO
Sucesso na carreira está atrelado a desempenho
Para deixar de ser só promessa, é preciso estar de olho no curto prazo
DA REPORTAGEM LOCAL
Para um "high potential",
conjugar a carreira no futuro
pode ser mais que um passo em
falso: sem bom desempenho
cotidiano e resultados no fim
do ciclo, a ascensão vira mito.
"Não criamos príncipes-herdeiros", reforça Deyse Gomes,
gerente-geral de desenvolvimento de pessoas da CVRD
(Companhia Vale do Rio Doce).
"Há possibilidades e elas dependem do grau de prontidão
no momento de assumir."
O engenheiro químico Rafael
Villarroel, 33, diretor de supply
chain e compras da Bayer,
concorda e vê sua carreira futura crescer baseada no presente
-não em uma promessa. "Temos de ser uma realidade", diz.
"A empresa precisa de gente
para dirigi-la daqui a dez anos.
Isso não quer dizer que se deva
negligenciar o curto prazo."
Para Villarroel, "a conquista
de um posto de alto potencial
não acontece por decreto". Em
sua lista de como aumentar a
chance de sucesso, nos últimos
dois anos, estão um MBA, um
curso de liderança e o desenvolvimento de seus sucessores.
"Eu faço planos a curto prazo, mas sei que posso ir muito
longe", diz Gabriel Bonilha, 27,
gerente de desempenho de redes da Telefônica. E contrasta:
"Sinto cobrança e pressão muito grandes, mas tenho de resistir. Estou na empresa em que
gostaria de trabalhar hoje".
Recém-promovido para o
cargo de controlador financeiro da Xerox, depois da estada de
um ano na matriz, André Pettreluzzi, 27, diz que tornou-se
perfeccionista. "A cobrança é
cada vez maior. Tento ser produtivo ao máximo e não deixo
passar nenhuma brecha", diz.
Autoconhecimento
"É mais difícil hoje chegar a
posições de alto escalão", avisa
Maria Tereza Fleury, da FEA-USP. Para ela, é preciso questionar o próprio perfil. "É necessário ter coragem para descobrir que não é [um potencial]
e buscar outro espaço. Há duas
alternativas: ver que chegou ao
limite de complexidade e avaliar que está bem assim ou definir que tem mais potencial e
procurar outras empresas."
"Não significa que as pessoas
não mudam. Mas não se alteram traços pessoais tão rapidamente -e é preciso questionar
o custo dessa mudança", reforça Glaucy Bocci, da Hay Group.
O diretor de RH da Xerox,
Márcio Lassance, destaca a importância de preparar o gestor
do alto potencial: "O gerente
que não está na lista de talentos
e tem de gerir um não pode se
sentir incomodado, caso contrário, deve deixar a firma".
Segundo Fleury, existem casos malsucedidos de identificação de talentos. "Há pessoas
que são puxadas de uma empresa para outra e, ao compreenderem mal a cultura da
nova firma, deixam de sê-lo."
Para o diretor de recursos
humanos da Bayer, Gustavo
Scheidegger, o "high potential"
sabe que esse "rótulo" não deve
ser usado como um diferencial.
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