|
Próximo Texto | Índice
EFETIVOS
Disputa nas seleções reúne, em média, 4.000 aspirantes a estágio e 20 mil a trainee
Maior trabalho é conseguir uma vaga
Juca Varella/Folha Imagem
|
|
ETERNA BUSCA A estudante de administração
Thais Azevedo já participou, sem sucesso, de dez
processos seletivos por meio do Ciee; "já cheguei a
concorrer em duas seleções em um mesmo mês", conta ela
RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os programas de estágio e
de trainee são as principais portas
de entrada para o mundo do trabalho. Além de oferecer treinamento de ponta, são quase que
uma garantia de efetivação -médias superiores a 70% no índice
de retenção são comuns entre
as grandes empresas do país.
Ser selecionado em um programa de treinamento de empresas
como Alcoa, AmBev, BankBoston, Ford ou Vivo é, portanto, o
sonho de muitos estudantes. Nem
todos, porém, têm reais chances
de vencer. Quem não tiver inglês
fluente, por exemplo, vai largar
atrás numa corrida que reúne, em
média, 4.000 aspirantes a estágio e
20 mil a trainee por concurso
aberto em São Paulo. A concorrência pode deixar muito vestibular para trás: 600 candidatos/vaga
é uma relação comum nos trainees mais cobiçados.
Uma boa opção para se dar bem
nessa disputa é começar a trabalhar na empresa como estagiário
e, depois, concorrer a trainee. Foi
o que fez Maíra Lúcia Fonseca, 21.
Ela disputou com quase 9.000
pessoas uma das 70 vagas de estágio da Siemens, passou e agora está de olho no programa de trainee. Tem chances. A empresa, cuja política é recrutar trainees internamente, registra índice de retenção de estagiários de 80%.
A boa notícia, de acordo com
Sofia Esteves do Amaral, sócia
da Cia. de Talentos, é que essa é
uma tendência em alta. "As empresas estão investindo mais em
programas de estágio porque os
de trainee são caros", afirma. "Os
estagiários ganharam mais responsabilidades", concorda Julia
Alonso, da Passarelli Talentos.
Existem, no entanto, casos em
que esse quadro não se concretiza. Paulo Sérgio Correia Jr., 25, faz
estágio em Furnas. Seu contrato
só vai até janeiro, e a chance de
efetivação é zero, já que a empresa
é pública. "Pretendo prestar concurso para ser efetivado", conta.
Problema maior tem Thais Azevedo, 24, que não consegue estágio. Ela se cadastrou no Ciee
(Centro de Integração Empresa-Escola) -veja quadro- e participou, sem sucesso, de dez seleções. Para ela, o vital é manter-se
atualizada e não desistir. Afinal,
até agosto, havia 106,5 mil estudantes estagiando por meio das
unidades do Ciee. A projeção é
que este ano feche com 108 mil,
6.000 a mais que em 2002.
Próximo Texto: Diferença entre estágio e trainee fica menos clara Índice
|