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São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2003

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EFETIVOS

Disputa nas seleções reúne, em média, 4.000 aspirantes a estágio e 20 mil a trainee

Maior trabalho é conseguir uma vaga

Juca Varella/Folha Imagem
ETERNA BUSCA A estudante de administração Thais Azevedo já participou, sem sucesso, de dez processos seletivos por meio do Ciee; "já cheguei a concorrer em duas seleções em um mesmo mês", conta ela

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
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Os programas de estágio e de trainee são as principais portas de entrada para o mundo do trabalho. Além de oferecer treinamento de ponta, são quase que uma garantia de efetivação -médias superiores a 70% no índice de retenção são comuns entre as grandes empresas do país.
Ser selecionado em um programa de treinamento de empresas como Alcoa, AmBev, BankBoston, Ford ou Vivo é, portanto, o sonho de muitos estudantes. Nem todos, porém, têm reais chances de vencer. Quem não tiver inglês fluente, por exemplo, vai largar atrás numa corrida que reúne, em média, 4.000 aspirantes a estágio e 20 mil a trainee por concurso aberto em São Paulo. A concorrência pode deixar muito vestibular para trás: 600 candidatos/vaga é uma relação comum nos trainees mais cobiçados.
Uma boa opção para se dar bem nessa disputa é começar a trabalhar na empresa como estagiário e, depois, concorrer a trainee. Foi o que fez Maíra Lúcia Fonseca, 21. Ela disputou com quase 9.000 pessoas uma das 70 vagas de estágio da Siemens, passou e agora está de olho no programa de trainee. Tem chances. A empresa, cuja política é recrutar trainees internamente, registra índice de retenção de estagiários de 80%.
A boa notícia, de acordo com Sofia Esteves do Amaral, sócia da Cia. de Talentos, é que essa é uma tendência em alta. "As empresas estão investindo mais em programas de estágio porque os de trainee são caros", afirma. "Os estagiários ganharam mais responsabilidades", concorda Julia Alonso, da Passarelli Talentos.
Existem, no entanto, casos em que esse quadro não se concretiza. Paulo Sérgio Correia Jr., 25, faz estágio em Furnas. Seu contrato só vai até janeiro, e a chance de efetivação é zero, já que a empresa é pública. "Pretendo prestar concurso para ser efetivado", conta.
Problema maior tem Thais Azevedo, 24, que não consegue estágio. Ela se cadastrou no Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) -veja quadro- e participou, sem sucesso, de dez seleções. Para ela, o vital é manter-se atualizada e não desistir. Afinal, até agosto, havia 106,5 mil estudantes estagiando por meio das unidades do Ciee. A projeção é que este ano feche com 108 mil, 6.000 a mais que em 2002.


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