|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEM SAÍDA
Saber como dizer "não" é essencial para coibir pressão social
Em trotes, ter jogo de cintura ajuda a quebrar o gelo
Patrícia Stavis/Folha Imagem
|
Carolina Suppa diz ter achado graça do trote do qual foi vítima |
MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais do que dizer "não" para
coibir situações desagradáveis
no trabalho, a maneira de justificar a negativa é determinante
para separar a fama de anti-
social da de colega legal.
"Para os casos em que é solicitado um aporte financeiro, é
melhor pedir que todos entendam a dificuldade da situação,
dizer que nem salário recebeu.
Assim, haverá uma margem de
compreensão maior do que ao
dizer que não quer contribuir",
exemplifica a consultora de etiqueta corporativa Célia Leão.
Foi o que fez o administrador
D.B., 27. Ao sair de uma empresa, pagou uma rodada de chope
para todos do departamento.
"Deu uns R$ 20. Quando voltei
para a mesma firma, quiseram
que eu os convidasse novamente. Eu cortei logo no início."
Há quem prefira recorrer ao
departamento de recursos humanos. Mas a tentativa pode se
mostrar em vão.
"Existem empresas que têm
um sistema de denúncia anônima e um código de ética. Em
outras, porém, o RH está desestruturado e não adianta denunciar, pois só vai piorar a situação", afirma Elisabete Adame,
coordenadora do curso de administração da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Uma dica para perceber a
melhor forma de resolver a saia
justa é descobrir traços da cultura da empresa, analisando,
por exemplo, o tipo de boas-vindas. É o que sugere o "head-
hunter" Márcio Bamberg.
"A participação de chefes
nessas situações já é um indício
de que quem discorda da condição está em apuros", ressalta.
Calouros
A recepção, contudo, nem
sempre exige dinheiro do recém-contratado. Na maioria
das vezes, são as brincadeiras
que tomam conta do cenário.
"Se bem utilizadas, são um
mecanismo de integração",
afirma Elisabete Adame.
Em casos de trotes em que o
funcionário se depare com superiores, Célia Leão aconselha
que a vítima tenha jogo de cintura. "É uma chance de se apresentar para o diretor e uma
oportunidade de "denunciar" o
hábito dos colegas. Se derem
um limão, faça uma limonada."
Texto Anterior: Dois lados: Rituais nem sempre são tidos como prejudiciais Próximo Texto: Eventos sociais: Bebida e fofoca devem ser evitadas em festas da firma Índice
|