São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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SEM SAÍDA

Saber como dizer "não" é essencial para coibir pressão social

Em trotes, ter jogo de cintura ajuda a quebrar o gelo

Patrícia Stavis/Folha Imagem
Carolina Suppa diz ter achado graça do trote do qual foi vítima


MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mais do que dizer "não" para coibir situações desagradáveis no trabalho, a maneira de justificar a negativa é determinante para separar a fama de anti- social da de colega legal.
"Para os casos em que é solicitado um aporte financeiro, é melhor pedir que todos entendam a dificuldade da situação, dizer que nem salário recebeu. Assim, haverá uma margem de compreensão maior do que ao dizer que não quer contribuir", exemplifica a consultora de etiqueta corporativa Célia Leão.
Foi o que fez o administrador D.B., 27. Ao sair de uma empresa, pagou uma rodada de chope para todos do departamento. "Deu uns R$ 20. Quando voltei para a mesma firma, quiseram que eu os convidasse novamente. Eu cortei logo no início."
Há quem prefira recorrer ao departamento de recursos humanos. Mas a tentativa pode se mostrar em vão.
"Existem empresas que têm um sistema de denúncia anônima e um código de ética. Em outras, porém, o RH está desestruturado e não adianta denunciar, pois só vai piorar a situação", afirma Elisabete Adame, coordenadora do curso de administração da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Uma dica para perceber a melhor forma de resolver a saia justa é descobrir traços da cultura da empresa, analisando, por exemplo, o tipo de boas-vindas. É o que sugere o "head- hunter" Márcio Bamberg.
"A participação de chefes nessas situações já é um indício de que quem discorda da condição está em apuros", ressalta.

Calouros
A recepção, contudo, nem sempre exige dinheiro do recém-contratado. Na maioria das vezes, são as brincadeiras que tomam conta do cenário.
"Se bem utilizadas, são um mecanismo de integração", afirma Elisabete Adame.
Em casos de trotes em que o funcionário se depare com superiores, Célia Leão aconselha que a vítima tenha jogo de cintura. "É uma chance de se apresentar para o diretor e uma oportunidade de "denunciar" o hábito dos colegas. Se derem um limão, faça uma limonada."

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