Profissionais apostam em vagas temporárias para realinhar vida profissional e interesses

DE SÃO PAULO

Na falta de um emprego fixo, muitos profissionais fazem das vagas temporárias um test-drive para começar a carreira em uma nova área ou de trampolim para atingir sua meta principal.
Foi o que fez o coordenador de TI Alexandre Moraes, 34. Há oito anos, logo após ter sido demitido, conseguiu um emprego temporário.
Demonstrou as habilidades demandadas e se empenhou em sugerir soluções aos superiores. Ao fim do período, foi contratado.
Já a administradora Marina Polito, 27, aceitou um posto temporário na área de eventos, mesmo não sendo o que queria no longo prazo.
"A oportunidade me deu fôlego até conseguir o cargo atual de coordenadora de projetos de mídias sociais em outra empresa", justifica.
A chance de se dedicar a um projeto de seu interesse levou a analista de sustentabilidade Stephany Ibrahim, 25, a abrir mão de vagas efetivas para ficar em uma com prazo de até seis meses.
Ela diz não se arrepender.
"O projeto me atraiu e quis arriscar. Se eu não ficar, a experiência terá valido." Aprender a lidar com a não contratação, entretanto, costuma ser tarefa difícil quando a experiência é positiva.
Depois de "ampliar o "networking" e colocar conceitos na prática", Marco Luis Chin Chan, 28, não foi contratado em uma empresa em que gostaria de atuar e onde ficou um mês. "Fiquei frustrado."

REGRAS IGUAIS
As vagas de nível superior com prazo definido seguem a mesma legislação da dos demais contratos temporários.
Ou seja, só podem existir em duas situações específicas: acréscimo extraordinário de serviço e substituição.
"No primeiro caso está o exemplo típico da sobrecarga de Natal no comércio; no segundo, estão as férias, as licenças-gestante e os auxílios-doença", salienta a advogada trabalhista Sônia Mascaro Nascimento.
"Há organizações que limitam o número de funcionários. Quando precisam de mão de obra para projetos, contratam um temporário", diz Fernanda Baldívia, gerente da Page Personnel.
O crescimento rápido das áreas também é um impulsionador, segundo Sócrates Melo, gerente da divisão de temporários da Robert Half.

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