São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2008 |
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recuo estratégico "Tive de decidir entre um bom salário e a minha felicidade", afirma professor COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O administrador Claudio Padua já tinha, aos 30 anos, uma
vida com que muitos sonham:
era diretor de uma indústria
farmacêutica, dirigia um carro
esportivo e contava com uma
vida financeira confortável.
O primeiro filho havia nascido,
e a mulher despontava como
decoradora no Rio de Janeiro.
Mas, numa tarde de sexta de
1977, tomou uma decisão: não
voltar mais para a empresa.
"Tive de decidir entre um bom
salário e a minha felicidade."
Não tinha planos, só sabia
que queria trabalhar com ecologia. Passou um ano tateando
como fotógrafo de natureza.
"Não era minha especialidade."
O dinheiro chegou ao fim.
Vendeu o carro e não tinha nem
recursos para pagar a conta de
energia elétrica. "Cortaram."
Ao tentar um emprego, ouviu
um conselho: "Por que não faz
biologia?" Passou no vestibular. "Aos 31 anos, eu era o aluno
mais velho da turma", conta.
Ciente de sua "desvantagem
de idade" no mercado, traçou
um plano meteórico. Terminou
a faculdade e fez mestrado e
doutorado nos EUA. Nesse
período, envolveu-se com a
preservação do mico-leão-preto, ameaçado de extinção.
Manteve-se com consultorias em administração até conseguir uma vaga no Centro de
Primatologia do Rio de Janeiro.
Em 1992, fundou o Ipê (Instituto de Pesquisas Ambientais),
ganhou prêmios e reconhecimento internacional e virou
professor de manejo de fauna
na Universidade de Brasília.
Ao falar sobre a carreira, ele
diz não se arrepender de nada.
"O mico-leão-preto passou de
espécie criticamente ameaçada
para espécie ameaçada", comenta. E finaliza: "Estou feliz".
°CINCO HISTÓRIAS
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