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CINCO HISTÓRIAS
carreira própria
Sociólogo busca emprego para deixar estigma de filho do dono
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Tudo caminhava para o óbvio: o filho do dono de uma das
maiores indústrias de eletrodomésticos seria um dos sucessores naturais. No entanto, essa
opção não agradava ao sociólogo João Prosdócimo Neto, 40.
Após estagiar na companhia,
sentiu o peso do nome. "Era o
estigma de ser filho do patrão."
A experiência, porém, rendeu frutos. O contato com o
ambiente corporativo e os colaboradores despertou a vontade
de estudar sociologia.
Foi para os EUA, onde era
um "joão-ninguém". "Aqui,
meu sobrenome abria portas, e
não era isso o que eu queria."
Ficou por lá de 1991 a 1997,
período em que, diz ele, houve
grande amadurecimento.
Contudo, na volta ao Brasil,
não conseguiu recolocação. Foi
parar na empresa do pai.
Permaneceu até 2003 como
gerente de operações. Naquele
ano, porém, decidiu mudar.
"Não me enxergavam. Viam a
história de outro, não a minha."
Ingressou num MBA e assumiu o cargo de gerente de novos negócios na Dtcom. Virou
gerente comercial. Em 2005,
era gerente de marketing.
Nesse processo, saiu da zona
de conforto, o que o obrigou a
se expor e a "medir as palavras". Mas diz não se arrepender. Em 2007, recebeu uma das
principais premiações do país.
"Não tem volta", diz ele sobre
um possível retorno à empresa
do pai. "Pior do que ser demitido é voltar [para a empresa do
pai] e me sentir um fracasso."
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