São Paulo, domingo, 22 de junho de 2008

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FARTURA NO DESERTO

Salários "tax free" atraem brasileiros para vagas em Dubai

Segurança e conforto são outros benefícios apontados

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na esteira da abertura, há menos de um ano, de vôos diretos entre São Paulo e Dubai, passaram a embarcar para o Oriente Médio não apenas turistas rumo ao exotismo e à efervescência do emirado mas também profissionais em busca de altos salários, baixos impostos e qualidade de vida.
Dubai, que fica nos Emirados Árabes Unidos, é um canteiro de obras de luxo dentro de uma nação que cresce mais do que a média mundial.
Segundo o Departamento de Turismo de Dubai, a presença de latino-americanos no emirado cresceu 56% em 2007, se comparada ao ano anterior.
Para suprir a demanda de mão-de-obra qualificada -sobretudo a de engenheiros, médicos e profissionais ligados ao turismo e à indústria química-, o país recruta trabalhadores do mundo inteiro. Estimativas apontam que 8 em cada 10 pessoas que vivem atualmente no emirado são estrangeiros.
De acordo com a Embaixada do Brasil na capital Abu Dhabi, existem 817 brasileiros registrados no setor consular. Boa parte desse contingente trabalha para a estatal Emirates Airlines, que tem abertas mais de 150 vagas para comissários de bordo, entre outros cargos.
Diego Meneghetti, 25, é um dos que trocaram a capital paulista por Dubai para atuar como comissário. "É covardia comparar qualquer companhia aérea brasileira com a Emirates. Eles possuem uma infra-estrutura impecável", destaca.
O chamado salário "tax free" (ou livre de impostos) é outro chamariz de Dubai, principalmente para os brasileiros, que aqui deixam quatro meses da renda mensal para o governo.
Para Rinaldo Ribeiro, 33, gerente de segurança de informação de um banco, os rendimentos por lá são "muito maiores do que no Brasil". Há três anos no emirado, ele não pensa em retornar tão cedo: "A minha qualidade de vida é muito superior à que tinha no Brasil".
A segurança também é um ponto positivo, na visão de Marcelo Cunha, 40, que representa produtos brasileiros.

Concorrência
Apesar dos atrativos, nem tudo é simples nessa busca pelo eldorado. Quem pretende se aventurar no deserto deve enfrentar obstáculos dos mais diversos, como a concorrência de indianos e paquistaneses que fornecem mão-de-obra qualificada e por valores bem mais baixos.
"O brasileiro deve ter, no mínimo, inglês fluente e um diploma de nível superior", sugere Cecília Reinaldo, 27, sócia de uma imobiliária em Dubai.


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