São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2006

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ALTO RISCO

Profissionais põem a vida em risco em busca de emoção

Equipamento seguro e treinamento são os principais aliados de quem enfrenta perigos no trabalho

Renato Stockler/Folha Imagem
Na F-1, um dos maiores riscos é o abastecimento dos carros


MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Termina hoje, no GP Brasil, não apenas a temporada de Fórmula 1. Acabam também os riscos a que estão submetidos alguns dos profissionais no trabalho. Pelo menos neste ano.
Para pilotos e equipe de apoio, porém, é essa combinação de adrenalina e superação o que justifica a escolha de um ofício no qual um instante de desatenção pode custar a vida.
Para o mecânico-chefe da escuderia Toyota, Jerard Le Coq, o sucesso na profissão está ligado à paixão pela atividade. "Você fica longe da família e tem que agüentar a pressão de fazer 100% correto", explica.
Le Coq relata que os mecânicos mais vulneráveis são os que trabalham no abastecimento do carro durante a prova. "São injetados 12 litros por segundo. No caso de erro, todo o combustível será jogado nele. O risco de incêndio é enorme."
Mas nem todos os esportes ligados à velocidade oferecem alto risco. Na Stock Car, em 27 anos, houve duas mortes.
"A evolução da tecnologia minimizou as chances de ocorrerem acidentes graves", explica o piloto Ingo Hoffman, 53.
Mesmo assim, quem vê aqueles carros a mais de 200 quilômetros por hora desconfia.
A piloto da Stock Car Light Fernanda Parra, 27, no entanto, admite que os perigos da modalidade não estão na velocidade, mas sim na umidade e na curvatura das pistas e nas colisões com outros veículos.

Risco real
A tarefa de Chander Cristian Silva, 24, é diferente -e nem por isso menos desafiadora. Ele passa o dia escalando prédios, alguns com 100 metros de altura. Tarefa: pregar cartazes.
Para tanto, utiliza equipamentos de escalada e próprios do ofício. Com tantos aparatos de segurança, ele garante que o risco de acidentes é quase zero.
Para a professora de psicologia ocupacional e do trabalho Carmen Lúcia Rittner, da PUC-SP, há uma diferença entre o risco e a percepção que se tem dele, sobretudo quando há interesse pela atividade exercida.
"O prazer é tal que o risco fica minimizado. Torço para que esses profissionais nunca percam a coragem de ousar."


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