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ALTO RISCO
Profissionais põem a vida em risco em busca de emoção
Equipamento seguro e treinamento são os principais aliados de quem enfrenta perigos no trabalho
Renato Stockler/Folha Imagem
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Na F-1, um dos maiores riscos é o abastecimento dos carros |
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Termina hoje, no GP Brasil,
não apenas a temporada de
Fórmula 1. Acabam também os
riscos a que estão submetidos
alguns dos profissionais no trabalho. Pelo menos neste ano.
Para pilotos e equipe de
apoio, porém, é essa combinação de adrenalina e superação o
que justifica a escolha de um
ofício no qual um instante de
desatenção pode custar a vida.
Para o mecânico-chefe da escuderia Toyota, Jerard Le Coq,
o sucesso na profissão está
ligado à paixão pela atividade.
"Você fica longe da família e
tem que agüentar a pressão de
fazer 100% correto", explica.
Le Coq relata que os mecânicos mais vulneráveis são os que
trabalham no abastecimento
do carro durante a prova. "São
injetados 12 litros por segundo.
No caso de erro, todo o combustível será jogado nele. O risco de incêndio é enorme."
Mas nem todos os esportes
ligados à velocidade oferecem
alto risco. Na Stock Car, em 27
anos, houve duas mortes.
"A evolução da tecnologia
minimizou as chances de ocorrerem acidentes graves", explica o piloto Ingo Hoffman, 53.
Mesmo assim, quem vê aqueles carros a mais de 200 quilômetros por hora desconfia.
A piloto da Stock Car Light
Fernanda Parra, 27, no entanto, admite que os perigos da
modalidade não estão na velocidade, mas sim na umidade e
na curvatura das pistas e nas
colisões com outros veículos.
Risco real
A tarefa de Chander Cristian
Silva, 24, é diferente -e nem
por isso menos desafiadora. Ele
passa o dia escalando prédios,
alguns com 100 metros de altura. Tarefa: pregar cartazes.
Para tanto, utiliza equipamentos de escalada e próprios
do ofício. Com tantos aparatos
de segurança, ele garante que o
risco de acidentes é quase zero.
Para a professora de psicologia ocupacional e do trabalho
Carmen Lúcia Rittner, da PUC-SP, há uma diferença entre o
risco e a percepção que se tem
dele, sobretudo quando há interesse pela atividade exercida.
"O prazer é tal que o risco fica
minimizado. Torço para que
esses profissionais nunca percam a coragem de ousar."
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