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BASTIDORES
Circuito de espetáculos demanda profissionais
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A luz que ilumina Luciana
Araújo, 36, e Helena Itioka, 54,
não é projetada pelos canhões
do palco, mas pela lâmpada
amarela do camarim adaptado
para oficina de costura.
As duas trabalham como costureiras na produção do espetáculo "Aida", em cartaz até o
dia 6 de abril no Teatro Cultura
Artística, em São Paulo.
Como Araújo e Itioka, outros
cerca de 120 profissionais possibilitam, entre camarins, coxias e bastidores em geral, que
o espetáculo aconteça.
Os interessados em fazer
parte desse grupo restrito têm
tido, atualmente, mais oportunidades de trabalho.
A razão é o crescimento da
oferta e da procura por espetáculos no Brasil. "Já entramos
no circuito dos musicais internacionais", afirma Líbia Lender, coordenadora do curso
de eventos da Universidade
Anhembi Morumbi.
Casas
Lender cita como exemplo da
consolidação do mercado a reforma do HSBC Brasil (ex-Tom
Brasil), feita em 2007 para receber "Os Produtores". Na ocasião, foi construído um fosso
em frente ao palco, para abrigar
a orquestra do musical.
Para Jorge Takla, produtor e
diretor de "West Side Story",
em cartaz no Teatro Alfa, o
mercado tende a crescer ainda
mais, caso aumente o número
de casas de espetáculo com
condições adequadas para
receber grandes produções.
Para um profissional de bastidores, participar de um musical pode ser interessante de diversas formas.
Se a montagem for uma franquia de um espetáculo da
Broadway, como foi o caso de
"Miss Saigon", e a produção
precisar seguir à risca as recomendações internacionais, pode ser um bom momento para
o empregado aprender como
se atua lá fora.
"É útil para uma costureira
brasileira aprender como uma
costureira de outro país faz um
corte de época em um tecido",
exemplifica Takla.
Por outro lado, se a montagem for nacional e houver liberdade para adaptações, há
a possibilidade de o profissional exercer sua criatividade e
descobrir novidades.
Qualificação
Nos dois casos, Takla ressalta
a necessidade de o trabalhador
se qualificar. "Como nos demais mercados, as pessoas estão estudando mais, buscando
aperfeiçoamento para fazer
frente à concorrência", diz.
É o que está fazendo a técnica
de som Cecília Liss, 25, para
quem o posicionamento de um
microfone é uma obra de arte.
Liss, a única mulher de toda a
equipe técnica de "Aida", está
estudando canto e pretende,
em breve, deixar as coxias e
passar para os palcos -ela quer
ser atriz. "Amo trabalhar com
teatro, gosto do ambiente de
descontração", diz.
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