São Paulo, domingo, 23 de julho de 2000


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TRABALHO DE RISCO

Desenhistas lançam quadrinhos virtuais


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Quando, há dois anos, o então estudante Fábio Yabu, 20, decidiu criar um site para disponibilizar histórias em quadrinhos dos Combo Rangers, personagens criados por ele, não tinha convicção de que o projeto poderia dar certo. Hoje as mais de 40 histórias em www.comborangers.com.br já foram acessadas por mais de 50 mil leitores, a maioria crianças de 8 a 12 anos, segundo ele.
"O resultado superou minhas expectativas", afirma Yabu. Graças aos Combo, o jovem desenhista criou a Yabu Media, empresa especializada na criação de personagens para a Internet. E já tem projetos de lançar um desenho animado, uma loja virtual e uma série de jogos para a Web.
O uso da rede como nova mídia para a publicação de quadrinhos tem se revelado uma tendência promissora para o segmento, dizem os profissionais. "A Internet veio para salvar a lavoura", brinca Marcelo Campos, da Fábrica de Quadrinhos. Ele conta que 70% dos seus atuais projetos serão veiculados em sites e portais.
O ciberespaço proporcionou o surgimento de revistas virtuais de HQs. Um exemplo é Cybercomix (www.cybercomix.com.br), onde o leitor confere criações de autores como Adão Iturrusgarai (criador da Aline) e Fernando Gonzáles (Níquel Náusea) e pode enviar sua história para ser publicada.

Gibi no trabalho
Os quadrinhos de conteúdo educacional também têm se mostrado um nicho eficiente para o desenvolvimento de trabalhos. Os sócios Alexandre Montandon, 32, e Alexandre Dias, 31, investiram nessa alternativa e criaram a Montandon & Dias, empresa que desenvolve gibis educativos para corporações e condomínios.
Em seus trabalhos, a dupla utiliza a linguagem dos quadrinhos para abordar temas como qualidade total, ergonomia e segurança no trabalho de forma didática.
"Se a empresa distribui um livro, é provável que os funcionários nem abram. O gibi funciona por ser convidativo e de leitura mais rápida", analisa Dias.
Em apenas dois anos, a Montandon & Dias publicou 33 títulos, vendeu mais de 500 mil revistas e gerou dez empregos.
Para o cartunista José Alberto Loventro, o Jal, a aplicação dos quadrinhos como ferramenta de educação tende a crescer ainda mais. "Tenho sido convidado a dar palestras em diversas escolas do Estado de São Paulo. O objetivo é ajudar os professores na introdução do gibi como aliado no processo educacional", conta.



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