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TRABALHO DE RISCO
Desenhistas lançam quadrinhos virtuais
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando, há dois anos, o então
estudante Fábio Yabu, 20, decidiu
criar um site para disponibilizar
histórias em quadrinhos dos
Combo Rangers, personagens
criados por ele, não tinha convicção de que o projeto poderia dar
certo. Hoje as mais de 40 histórias
em www.comborangers.com.br
já foram acessadas por mais de 50
mil leitores, a maioria crianças de
8 a 12 anos, segundo ele.
"O resultado superou minhas
expectativas", afirma Yabu. Graças aos Combo, o jovem desenhista criou a Yabu Media, empresa especializada na criação de
personagens para a Internet. E já
tem projetos de lançar um desenho animado, uma loja virtual e
uma série de jogos para a Web.
O uso da rede como nova mídia
para a publicação de quadrinhos
tem se revelado uma tendência
promissora para o segmento, dizem os profissionais. "A Internet
veio para salvar a lavoura", brinca
Marcelo Campos, da Fábrica de
Quadrinhos. Ele conta que 70%
dos seus atuais projetos serão veiculados em sites e portais.
O ciberespaço proporcionou o
surgimento de revistas virtuais de
HQs. Um exemplo é Cybercomix
(www.cybercomix.com.br), onde
o leitor confere criações de autores como Adão Iturrusgarai (criador da Aline) e Fernando Gonzáles (Níquel Náusea) e pode enviar
sua história para ser publicada.
Gibi no trabalho
Os quadrinhos de conteúdo
educacional também têm se mostrado um nicho eficiente para o
desenvolvimento de trabalhos. Os
sócios Alexandre Montandon, 32,
e Alexandre Dias, 31, investiram
nessa alternativa e criaram a
Montandon & Dias, empresa que
desenvolve gibis educativos para
corporações e condomínios.
Em seus trabalhos, a dupla utiliza a linguagem dos quadrinhos
para abordar temas como qualidade total, ergonomia e segurança no trabalho de forma didática.
"Se a empresa distribui um livro, é provável que os funcionários nem abram. O gibi funciona
por ser convidativo e de leitura
mais rápida", analisa Dias.
Em apenas dois anos, a Montandon & Dias publicou 33 títulos, vendeu mais de 500 mil revistas e gerou dez empregos.
Para o cartunista José Alberto
Loventro, o Jal, a aplicação dos
quadrinhos como ferramenta de
educação tende a crescer ainda
mais. "Tenho sido convidado a
dar palestras em diversas escolas
do Estado de São Paulo. O objetivo é ajudar os professores na introdução do gibi como aliado no
processo educacional", conta.
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