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ACIMA DA MÉDIA
Atividades paralelas contam pontos em seleção de emprego
Estudantes acumulam atuação em empresa júnior e iniciação científica para se projetarem no mercado
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Prêmios e títulos não são os
únicos incentivos dados pelas
faculdades aos bons alunos. As
altas médias escolares abrem
portas para o desenvolvimento
profissional por meio de bolsas
de intercâmbio e de participações em empresa júnior, projetos e iniciação científica.
"Experiência prática é tão
importante quanto conhecimento técnico", sinaliza Marisa Silva, consultora em gestão
de carreira da Career Center.
O estudante Felipe Fioravante, 22, segundo colocado no
vestibular para o curso de administração da USP em 2002,
manteve uma das melhores
médias ponderadas da turma
durante o curso. E aproveitou
algumas oportunidades oferecidas pela academia.
No segundo ano de faculdade, passou a ser o diretor de
marketing da empresa júnior
da instituição. Foi por meio dela que obteve quatro prêmios.
Fioravante assinala que um
deles, nos Estados Unidos,
apoiado por grandes organizações, trouxe reconhecimentos
acadêmico e de mercado.
"Aprendi a lidar com pressão,
prazo e responsabilidade."
A diretora da FEA-USP, Maria Tereza Fleury, diz que pessoas como Fioravante, interessadas em crescer, são muito valorizadas pela faculdade. "Alunos que participam de projetos
juniores, diretório acadêmico e
pesquisas estão se preparando
melhor para o mercado."
A importância das atividades
extracurriculares também é
destacada pela gerente de RH
do banco Santander Fátima
Barreiras. Para ela, experiências que desenvolvem capacidades de comunicação, flexibilidade e conhecimento técnico
são mais importantes nos processos seletivos da instituição.
"Prêmio é relevante, mas [para
ser admitido] é preciso estar de
acordo com o nosso perfil."
Para as companhias Audi
Brasil e Itaú, participar de programas extracurriculares faz
parte da boa formação acadêmica. "Em geral, os candidatos
a trainee não apresentam experiência de trabalho. As atividades e os projetos universitários
nos permitem avaliar criatividade, atitude, trabalho em grupo e empreendedorismo", diz o
analista de RH da Johnson &
Johnson Lucas Daniel Silva.
Atividades paralelas
O engenheiro elétrico Marcio Alvarenga, um dos 12 alunos
do ITA (Instituto Tecnológico
da Aeronáutica) a ganhar o prêmio Magna Cum Laude pelo
desempenho acadêmico, defende a experiência prática.
Hoje, aos 48 anos, é vice-presidente da firma de tecnologia
CPM. "O prêmio abriu portas.
Eu me formei no sábado e, na
segunda, estava contratado."
Alvarenga, contudo, ressalta
que a faculdade não desenvolve
o lado emocional nem a capacidade de execução. "Trabalhar
desde o primeiro ano ajudou."
Bom aluno no colégio, Carlos
Mihara, 31, também deu atenção às atividades extracurriculares ao ingressar em administração na Fundação Getulio
Vargas. Mas deu menos importância para as altas notas.
"Sempre tive boas médias na
graduação, mas não estava
mais entre os cinco melhores
da turma, como antes", conta.
O motivo das notas não tão
boas era o acúmulo de atividades. Além de administração,
Mihara cursou direito na USP e
participou de programas de estágio e trainee. Assim, diz ele,
foi possível acumular experiência até chegar ao cargo atual, o
de gerente de marketing.
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