São Paulo, domingo, 23 de julho de 2006

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ACIMA DA MÉDIA

Atividades paralelas contam pontos em seleção de emprego

Estudantes acumulam atuação em empresa júnior e iniciação científica para se projetarem no mercado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Prêmios e títulos não são os únicos incentivos dados pelas faculdades aos bons alunos. As altas médias escolares abrem portas para o desenvolvimento profissional por meio de bolsas de intercâmbio e de participações em empresa júnior, projetos e iniciação científica.
"Experiência prática é tão importante quanto conhecimento técnico", sinaliza Marisa Silva, consultora em gestão de carreira da Career Center.
O estudante Felipe Fioravante, 22, segundo colocado no vestibular para o curso de administração da USP em 2002, manteve uma das melhores médias ponderadas da turma durante o curso. E aproveitou algumas oportunidades oferecidas pela academia.
No segundo ano de faculdade, passou a ser o diretor de marketing da empresa júnior da instituição. Foi por meio dela que obteve quatro prêmios.
Fioravante assinala que um deles, nos Estados Unidos, apoiado por grandes organizações, trouxe reconhecimentos acadêmico e de mercado. "Aprendi a lidar com pressão, prazo e responsabilidade."
A diretora da FEA-USP, Maria Tereza Fleury, diz que pessoas como Fioravante, interessadas em crescer, são muito valorizadas pela faculdade. "Alunos que participam de projetos juniores, diretório acadêmico e pesquisas estão se preparando melhor para o mercado."
A importância das atividades extracurriculares também é destacada pela gerente de RH do banco Santander Fátima Barreiras. Para ela, experiências que desenvolvem capacidades de comunicação, flexibilidade e conhecimento técnico são mais importantes nos processos seletivos da instituição. "Prêmio é relevante, mas [para ser admitido] é preciso estar de acordo com o nosso perfil."
Para as companhias Audi Brasil e Itaú, participar de programas extracurriculares faz parte da boa formação acadêmica. "Em geral, os candidatos a trainee não apresentam experiência de trabalho. As atividades e os projetos universitários nos permitem avaliar criatividade, atitude, trabalho em grupo e empreendedorismo", diz o analista de RH da Johnson & Johnson Lucas Daniel Silva.

Atividades paralelas
O engenheiro elétrico Marcio Alvarenga, um dos 12 alunos do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) a ganhar o prêmio Magna Cum Laude pelo desempenho acadêmico, defende a experiência prática.
Hoje, aos 48 anos, é vice-presidente da firma de tecnologia CPM. "O prêmio abriu portas. Eu me formei no sábado e, na segunda, estava contratado."
Alvarenga, contudo, ressalta que a faculdade não desenvolve o lado emocional nem a capacidade de execução. "Trabalhar desde o primeiro ano ajudou."
Bom aluno no colégio, Carlos Mihara, 31, também deu atenção às atividades extracurriculares ao ingressar em administração na Fundação Getulio Vargas. Mas deu menos importância para as altas notas.
"Sempre tive boas médias na graduação, mas não estava mais entre os cinco melhores da turma, como antes", conta.
O motivo das notas não tão boas era o acúmulo de atividades. Além de administração, Mihara cursou direito na USP e participou de programas de estágio e trainee. Assim, diz ele, foi possível acumular experiência até chegar ao cargo atual, o de gerente de marketing.


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