São Paulo, domingo, 23 de julho de 2006

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Cidades menores atraem profissionais

Aprovados trocam de município para assegurar vaga, mas a transferência passa a ser o objetivo

MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ser aprovado em concurso público é o sonho de muitos. Em alguns casos, no entanto, pode ser também o início de uma reviravolta pessoal.
Que o digam os profissionais convocados para postos em cidades diferentes daquelas em que estão estabelecidos.
Foi por essa experiência que o engenheiro de produção Wagner Magalhães, 46, passou. Ao ser convocado, em 2002, para ocupar uma vaga de analista de gestão de infra-estrutura no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), teve de considerar a mudança de São Paulo para o Rio de Janeiro também para a mulher e o filho.
"Morei quatro meses sozinho, pesquisando locais para estabelecer minha família."
Mas a vida em outro Estado não durou muito. Passados três anos, pediu transferência para a capital paulista e teve sucesso.
A definição do local de trabalho varia conforme o concurso. Alguns oferecem ao candidato a escolha dos destinos em que desejam atuar; outros selecionam por ordem classificatória.
Nos concursos para o IBGE, por exemplo, o sistema varia. No último, foi possível escolher a cidade previamente.
Quem decidiu sair dos grandes centros para morar no interior teve menos concorrência. Para trabalhar no Rio, a relação candidato/vaga foi de 2.503. Em Pedreiras (MA), de 80.
"Dos que pedem desligamento, 95% dizem estar insatisfeitos com o salário. Poucos alegam falta de adaptação", afirma Rossana Franco, gerente de recrutamento e seleção do IBGE.

Alguns ajustes
Incentivado pela então namorada, o advogado Sami Storch, 29, prestou concurso para o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Foi aprovado para atuar em Itajuípe -cidade com 28.000 habitantes a 420 km de Salvador-, e teve de abandonar a capital paulista.
"É preciso ter facilidade de adaptação e boa vontade", analisa Storch, que se transferiu com a mulher para a Bahia.
Para o diretor da Central de Concursos, José Luis Romero, a qualidade de vida deve ser a base para a escolha da mudança de município. "Quem vai para cidades menores busca tranqüilidade e segurança", opina.


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