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Cidades menores atraem profissionais
Aprovados trocam de município para assegurar vaga, mas a transferência passa a ser o objetivo
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ser aprovado em concurso
público é o sonho de muitos.
Em alguns casos, no entanto,
pode ser também o início de
uma reviravolta pessoal.
Que o digam os profissionais
convocados para postos em cidades diferentes daquelas em
que estão estabelecidos.
Foi por essa experiência que
o engenheiro de produção
Wagner Magalhães, 46, passou.
Ao ser convocado, em 2002, para ocupar uma vaga de analista
de gestão de infra-estrutura no
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), teve de
considerar a mudança de São
Paulo para o Rio de Janeiro
também para a mulher e o filho.
"Morei quatro meses sozinho, pesquisando locais para
estabelecer minha família."
Mas a vida em outro Estado
não durou muito. Passados três
anos, pediu transferência para
a capital paulista e teve sucesso.
A definição do local de trabalho varia conforme o concurso.
Alguns oferecem ao candidato
a escolha dos destinos em que
desejam atuar; outros selecionam por ordem classificatória.
Nos concursos para o IBGE,
por exemplo, o sistema varia.
No último, foi possível escolher
a cidade previamente.
Quem decidiu sair dos grandes centros para morar no interior teve menos concorrência.
Para trabalhar no Rio, a relação
candidato/vaga foi de 2.503.
Em Pedreiras (MA), de 80.
"Dos que pedem desligamento, 95% dizem estar insatisfeitos com o salário. Poucos alegam falta de adaptação", afirma
Rossana Franco, gerente de recrutamento e seleção do IBGE.
Alguns ajustes
Incentivado pela então namorada, o advogado Sami
Storch, 29, prestou concurso
para o Tribunal de Justiça do
Estado da Bahia. Foi aprovado
para atuar em Itajuípe -cidade
com 28.000 habitantes a 420
km de Salvador-, e teve de
abandonar a capital paulista.
"É preciso ter facilidade de
adaptação e boa vontade", analisa Storch, que se transferiu
com a mulher para a Bahia.
Para o diretor da Central de
Concursos, José Luis Romero,
a qualidade de vida deve ser a
base para a escolha da mudança
de município. "Quem vai para
cidades menores busca tranqüilidade e segurança", opina.
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