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CABO-DE-GUERRA
Briga "em casa" acirra rivalidade nas empresas
Departamentos concorrem por poder, investimentos e talentos
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Patrick Krauss, gerente de operações da ADT Security Services (no centro), diz acreditar que a competição entre departamentos traz bons resultados à empresa
MARIANA IWAKURA
DA REPORTAGEM LOCAL
A competição entre empresas é normal e, pelas "leis de
mercado", benéfica. Motiva organizações a entregar melhores
produtos com custos mais
atraentes para o consumidor.
Porém, quando ela ocorre
dentro do próprio local de trabalho, os resultados são controversos -vão do estímulo à melhoria até a "puxada de tapete".
O mais comum, nesse casos,
é constatar que o inimigo mora
na mesa ao lado, no mesmo setor de atuação. Há, no entanto,
outro tipo de rivalidade, muitas
vezes velada, nas corporações:
aquela que acontece entre seus
diferentes departamentos.
De acordo com levantamento da comunidade de "network" ToTheTop, feito com exclusividade para a Folha, esse
tipo de concorrência chega a
ser maior do que a entre pessoas da mesma área na avaliação de 44% dos entrevistados.
Foram consultadas 329 pessoas, de trainees a diretores,
pertencentes a 206 empresas.
Para 66% delas, a empresa estimula a competição interna.
Enquanto a disputa entre indivíduos ocorre por um posto
mais alto ou pela cobrança do
superior, na rivalidade entre os
setores, a briga é por poder,
investimento ou talentos.
"Existe mais competição pelos melhores profissionais", diz
Petros Katalifós, diretor de RH
da Siemens Enterprise Networks. "A área que recebe a
pessoa disputada é a que oferece o trabalho mais desafiador."
Para Patrick Krauss, gerente
de operações da ADT Security
Services, a competição entre
setores deve ser estimulada.
Ele gerencia áreas como telemarketing e fidelização e promove concorrência entre elas.
"Vejo resultados individuais
e do time. O ganho tem de ser
bom para o funcionário e para a
área", ressalta Krauss.
Integração
O grande desafio na competição entre departamentos é
manter o equilíbrio, de modo
que as áreas cooperem entre si
e que o ambiente de trabalho
seja bom para o colaborador.
Segundo levantamento da
consultoria Hay Group feito
com 176 mil pessoas nos últimos dois anos, quando perguntados se as atividades entre as
áreas da empresa eram coordenadas e integradas entre si,
48% dos funcionários responderam favoravelmente.
Entre os colaboradores das
companhias consideradas as
melhores para trabalhar no
mesmo levantamento, o índice
subiu para 62%. "A integração
entre áreas é o diferencial das
empresas com melhores práticas", explica Luiz Carlos Zanolli, consultor da Hay Group.
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