São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008

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MAPA MENTAL

Teste de perfil psicológico tem aplicação controversa

Profissional deve acessar laudo, mesmo que não seja aprovado

Marcelo Justo/Folha Imagem
A estagiária Karine dos Santos foi aprovada na avaliação psicológica da empresa, mas não recebeu seu resultado

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na busca pelo profissional perfeito, empresas usam ferramentas de avaliação que vão desde os testes de perfil e de aptidão até os de integridade.
Utilizar esses instrumentos, contudo, pode gerar resultados controversos e até errados se o profissional que os aplicar e interpretar não for apto para isso.
"O teste tem de ser aprovado pelo CFP [Conselho Federal de Psicologia] para ser válido", destaca Acácia dos Santos, conselheira do CFP.
Para a psicóloga Adriana Gomes, essas avaliações são apenas um recurso para conhecer o candidato. Ela acrescenta que, segundo o código de ética da profissão, ele deve ter acesso ao laudo, mesmo que não seja aceito pela empresa.
Apesar de ter sido aprovada como estagiária de marketing da FórumAccess, Karine dos Santos, 20, conta que não recebeu o resultado. "Acho que o teste avalia se a pessoa é nervosa ou constante", analisa.
Mas receber o "feedback" da avaliação também pode não dizer muita coisa, na visão da coordenadora de "trade marketing" Luana de Castro, 28. "Só confirmaram que eu era apta para trabalhar com vendas."

Modismo
Segundo Jucerama Campos, da Personal Service, o problema dessas avaliações é que as empresas se fixam em modismos e se esquecem de que as habilidades do candidato devem condizer com o cargo. "Pedem uma pessoa com facilidade de relacionamento interpessoal e que resista a pressões."
"Testes específicos funcionam mais quando a atividade é definida, como a de motorista", aponta Odair Furtado, professor da pós-graduação em psicologia social da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica).
Assim, quanto mais alto é o nível da função, menos importante é o teste psicológico, opina Edson Rodriguez, vice-presidente da Thomas International Brasil. "Para cargos de presidente, há fatores tão fundamentais quanto o teste, como currículo e experiência."


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